Ibovespa sobe, mas não anima
O Ibovespa subiu 0,55% no pregão dessa quinta-feira, 6. Contudo, o resultado do índice não animou investidores, que seguem de olho nas economias internacionais. Além disso, os mercados americanos também caíram hoje, sinalizando um temor dos investidores estrangeiros por ativos de alto risco. Segundo analistas, tudo está ligado à nota do Comitê de Política Monetária do FED (FOMC) lançada ontem ao mercado.
Apesar disso, o Ibovespa chegou a bater mais de 1% de alta no dia. Contudo, a falta de ânimo dos investidores estrangeiros, responsáveis pela liquidez da B3, não conseguiu manter o índice nas alturas. O resultado é um índice que subiu, descolando do exterior, mas que já soma mais de 2% de queda em uma semana de pregão.
FED hawkish não ajudou
O mercado chama de hawkish o movimento dos bancos centrais de subir as taxas de juros. Esses movimentos são marcados por uma desaceleração da economia, bem como um aumento dos rendimentos dos títulos de renda fixa no país. Contudo, o aumento das taxas nos Estados Unidos afeta o mundo todo, e a explicação é bastante simples.
Os títulos americanos são os mais seguros do mundo. Em tese, para pagá-los, basta que os Estados Unidos imprimam dólares e façam o pagamento. Por isso, sempre que os retornos sobem, investidores do mundo todo passam a colocar dinheiro nesses papéis. Dessa forma, eles retiram os investimentos em índices mais arriscados, como o Brasil, para ter uma maior segurança nas nações desenvolvidas, mesmo que isso represente uma taxa menor de retorno.
E é exatamente esse cenário que pesou sobre o Ibovespa ontem e hoje. Apesar de ter subido hoje, a queda de mais de 2% ontem gerou grandes perdas para os investidores brasileiros. Com isso, a leve alta de hoje não recuperou o tombo. Assim, o Ibovespa, que flertou com os 102 mil pontos, fechou cotado em 101.500 pontos.
O cenário internacional também não ajudou o Ibovespa
Além da alta das taxas de juros, as quedas nos mercados americanos afetaram diretamente o Ibovespa. Isso porque os investidores internacionais não estão animados com os ativos de alto risco por lá, o que não levanta o índice aqui. Dessa forma, os índices americanos operaram em queda hoje, mas ainda seguem melhores que o mercado brasileiro em 2022. O destaque do dia foi para o Dow Jones, que apresentou a maior queda.
Na terra de Joe Biden, o índice Nasdaq operou em queda de 0,13%. O índice das ações de tecnologia amarga quedas de mais de 4% no ano, principalmente levados pela queda de ontem, que superou os 3%. Já o S&P500 tem um cenário menos pior. O índice das 500 maiores empresas dos Estados Unidos caiu apenas 0,096% e tem um desempenho de -2,10% em 2022. O Dow Jones, que caiu 0,46% hoje, a maior queda entre os índices, tem uma leve baixa de 0,95% no ano. Com isso, mesmo investidores diversificados estão com retornos negativos nesse ano.
Apesar disso, analistas afirmam que é cedo para afirmam que todos os principais índices fecharão no vermelho. Não apenas pelo fato de termos poucos pregões, mas também pelo fato de o mercado estar altamente especulativo e ainda se adaptando a uma nova realidade de juros.