Ibovespa registra queda de de 0,70% nesta sexta (21)
O Ibovespa futuro registra queda no início da manhã desta sexta-feira (21), com o contrato futuro com vencimento em fevereiro de 2022 em baixa de 0,70%, aos 109.020 pontos. O índice acompanha a performance das bolsas internacionais, que têm tendência de queda. Nas últimas sessões, contudo, o benchmark da Bolsa tem se descolado dos mercados externos, registrando alta, enquanto Wall Street tem queda.
Nos Estados Unidos, os futuros recuam em bloco, a despeito da queda do rendimento dos treasuries – que vinham ditando os últimos pregões, com o título com vencimento em dez anos recuando 4,6 pontos-base, para 1,788%, por volta das 9h. O Dow Jones cai 0,16%, o S&P 500, 0,43% e a Nasdaq, 0,84%.
É destaque no pregão americano a performance da Netflix (NFLX34), que recuou mais de 19% no after market de ontem, após divulgar um balanço frustrante, com o crescimento de assinantes desacelerando e projeções desanimadoras. “Os resultados da Netflix apontando para uma desaceleração de crescimento somaram-se às expectativas de aperto monetário do Federal Reserve e contribuíram para a deterioração do sentimento dos investidores”, comentou a XP Investimentos em seu morning call.
O sentimento da bolsa americana acabou por contaminar os principais índices do mundo. A Europa também recua, bem como os índices asiáticos fecharam em queda.
Na primeira região, pesa ainda na performance das bolsas a divulgação de dados no Reino Unido, onde a confiança dos consumidores do teve leitura de -19 em janeiro, ante -15 em dezembro. As vendas no varejo no mesmo país caíram 3,7% na base mensal em dezembro, ante consenso de baixa de 0,6%, mostrando uma economia menos aquecida do que o esperado.
O FTSE, principal índice de Londres, cai 0,95%. O DAX, da Alemanha, tem baixa de 1,70% e o CAC 40, da França, de 1,69%. O STOXX 600, de todo o continente, recua ,1,54%.
Na Ásia, por sua vez, houve influência também da divulgação da inflação do Japão em dezembro, que subiu 0,5% na base anual, com destaque para a alta dos preços dos custos de matérias-primas e de combustíveis. Companhias automotivas foram as que pior performaram no país, com perdas de 2% da Toyota; 3,39% da Mazda e 3,73% da Mitsubishi. Ações da China continental e de Hong Kong também tiveram perdas.
No Brasil, investidores monitoram questão fiscal
No mercado interno, pesa na performance do Ibovespa Futuro a questão fiscal. Além da pressão do funcionalismo público por aumento, entrou agora no radar a iniciativa do Governo Federal de reduzir preços de combustíveis e da energia elétrica.
“Em caso de zeragem dos tributos, estimamos que o impacto sobre a inflação anual (IPCA) seria de 0,89 pontos percentuais. Já o impacto fiscal pode variar de cerca de R$ 70 bilhões até R$ 100 bilhões”, comenta a XP Investimentos.
Ainda hoje, o presidente da República Jair Bolsonaro deve sancionar o Orçamento 2022, que não prevê, até então, espaço para nenhuma das duas questões.
A curva de juros, com isso, somando ainda uma leve correção dos últimos dias e um pregão marcado pelo vencimento de opções, sobe em bloco. O DI com vencimento em janeiro de 2023 sobe quatro pontos-base, para 11,97%. O para janeiro de 2025 sobe 13 pontos, para 11,26%. O vincendo no primeiro mês de 2027 avança ainda mais, com 15 pontos somados, indo a 11,30%. O DI para janeiro de 2029 também sobe 15 pontos-base, indo a 11,45%.
O dólar futuro avança 0,54%, negociado a R$ 5,463. O comercial sobe 0,73%, a R$ 5,455 na compra e a R$ 5,456 na venda.