Ibovespa fecha em queda com dia sem volume relevante

Com feriado nos Estados Unidos, o volume do Ibovespa foi abaixo da média. Contudo, isso não foi o suficiente para evitar uma queda do índice. Hoje, o principal benchmark brasileiro caiu 0,52%, refletindo o temor do mercado nacional. Por aqui, a paralisação dos servidores públicos, marcada para amanhã (18), aparece como uma ameaça ao governo atual, podendo gerar instabilidade política e novos gastos públicos.

Apesar disso, os destaques positivos do dia ficaram para Cielo, Qualicorp e Tim, que subiram 4,95%, 2,76% e 2,45%, respectivamente. Por outro lado, Braskem, Iguatemi e Alpargatas caíram 6,72%, 3,73% e 3,48%, nessa ordem.

Feriado nos Estados Unidos

O dia foi de folga para os investidores americanos. Devido ao feriado de aniversário de Martin Luther King, a bolsa não operou por lá. Dessa forma, aqui no Brasil o dia foi de olhar para a situação interna, que não anda favorável ao atual governo. Como o mercado gosta de estabilidade na política, o Ibovespa caiu 0,52% com a expectativa de paralisação dos servidores públicos amanhã, 18.

Os protestos marcados servem para a classe reivindicar reajuste salarial. Isso porque no texto do orçamento de 2022, Bolsonaro deu aumento de salário apenas para os policiais federais, deixando de fora todo o resto do funcionalismo público. Insatisfeitos, servidores da Receita Federal e do Banco Central pediram as contas em forma de protesto. Contudo, Bolsonaro não deu a certeza de que dará reajuste a todos, mas economistas afirmam que o país não tem dinheiro para tamanho gasto recorrente.

Vale lembrar que a equipe econômica do governo já tomou medidas impopulares ao mercado ao driblar o teto de gastos, com a PEC dos Precatórios. Ainda, a manobra fiscal deu espaço para o pagamento do Auxílio Brasil, que, segundo a oposição, é um programa em que o governo visa aumentar a popularidade.

Ibovespa
Foto: Shutterstock

O que o Ibovespa espera?

O mercado espera que o reajuste fique apenas para os policiais militares. Isso porque economistas do mundo todo acreditam que o Brasil não tem espaço para mais um gasto dessa magnitude. Além disso, com a inflação em alta, o reajuste representaria gastos bilionários nos anos de 2022 em diante.

Contudo, analistas políticos falam que o caso pode parar no STF, que analisará a questão judicialmente, não mirando soluções econômicas. Dessa forma, a Corte pode decidir que o reajuste valha para todo o funcionalismo, não apenas para os policiais. Caso isso aconteça, analistas veem uma grande chance de as finanças públicas serem bagunçadas para os anos seguintes.

Com isso, o Brasil deixaria de exercer sua austeridade fiscal e ainda colocaria em xeque o teto de gastos para os anos de 2023 em diante. Atualmente o líder nas pesquisas eleitoral, Lula, também se coloca contra a medida de controlar os gastos públicos, o que aumenta a tensão para os investidores internacionais.

Dessa forma, o dólar subiu leves 0,24%, refletindo uma tensão dos investidores com o Brasil no momento. Apesar disso, para saber como o país vai sair dessa crise, o mercado precisará ver o desfecho das greves dos funcionários do governo.

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