Ibovespa engata terceira queda

A semana parece que não está tão boa para os investidores que acreditam no Ibovespa.

Isso porque nessa quinta-feira (16), o índice engatou a terceira queda consecutiva, com ativos atingido as mínimas em 52 semanas.

O momento político preocupa

O reflexo das manifestações do dia 7 de setembro ainda pairam no Ibovespa, apesar de em escala bem menor.

Agora, o cenário mais forte é sobre a discussão dos precatórios e também sobre o recente atrito entre os presidentes do Banco Central e da Petrobrás.

No caso dos precatórios, o Ministério da Economia busca uma solução efetiva para o problema, mas o tempo está ficando curto.

Hoje, Paulo Guedes sofreu mais um ataque, agora de Rodrigo Maia. Em conversa com a Rádio Jovem Pan, o deputado federal disse que o ministro é “desonesto”, porque o STF já havia avisar o ministro em novembro de 2018.

A fala coloca mais lenha na fogueira do teto de gastos. Isso porque com os precatórios somando esses valores, algumas campanhas eleitorais de Bolsonaro ficam inviáveis e, por isso, deixariam mais difícil uma possível reeleição.

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Ibovespa
[Imagem: dabldy / Getty Images]
Além disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse hoje que não achou satisfatórias as explicações de Luna e Silva, presidente da Petrobrás, sobre o repasse de preços à gasolina.

Ele também defendeu que a estatal deve dividir a riqueza com o povo. No mesmo dia, o pré-candidato à presidência, João Dória, disse que privatizaria a Petrobrás.

Para Lira, também, a crise energética está afetando o crescimento do país. Segundo ele, a economia está em crescimento, mas poderia ter um ritmo mais acelerado se não fossem os problemas hídricos.

Bateu lá embaixo

Hoje, além da queda do índice Ibovespa, algumas empresas tiveram quedas considerávels.

Via (VIIA3) bateu no preço mínimo em 52 semanas, chegando a cotar em R$8,53. As piores quedas vieram de Companhia Siderúrgica nacional (CSNA3), Suzano (SUZB3), Usiminas (USIM5) e Méliuz (CASH3). Essa última, sofrendo forte correção da subida de quase 50% que operou do dia 8 ao dia 15.

Já na outra ponta, as maiores valorizações do Ibovespa foram de Cielo (CIEL3), Hering (HGTX3), Assaí (ASAI3) e Minerva (BEEF3).

Além disso, a volatilidade do índice vem por causa das preocupações com as sucessivas quedas no preço do minério de ferro.

Depois de a commodity cair mais 8% hoje, puxou para baixo também as ações de CSNA3 e da Vale. A preocupação dos investidores vem do derretimento de 26% do valor do minério nos últimos quatro dias.

A expectativa é que, se continuar assim, o lucro das empresas pode ser afetado.

O dólar

Apesar de se manter lateral, diferentemente do Ibovespa, o dólar fechou hoje cotado a R$5,26.

As sucessivas fugas de capitais, geradas pela instabilidade política, e a retomada econômica mais forte em outros países emergentes e na Europa, explicam a desvalorização do real perante a moeda internacional.

Essa alta pode gerar mais reajustes no preço dos combustíveis, além de encarecer produtos básicos importados, como o trigo, que afetam toda a cesta básica.

O Ibovespa entra, agora, em estado de alerta para a reunião do COPOM, que ocorre no meio da semana que vem.

Até lá, se não houver surpresas, o índice deve andar de lado.

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