Ibovespa cai novamente e fecha semana no vermelho
O índice da bolsa brasileira, Ibovespa, mais uma vez fechou em queda nessa sexta-feira (10).
Apesar de abrir o pregão com uma boa margem de subida, o movimento não foi suficiente para sustentar uma alta diária.
A mesma coisa
O Ibovespa segue sofrendo com as manifestações e ataques do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (7).
Para os investidores, mesmo após a carta de ontem, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, ainda é muito incerto investir no país.
Além disso, as manifestações de outros poderes ainda ecoam, porque a desarmonia pode – e deve – atrapalhar o andamento de pautas caras ao Governo Federal, como a questão dos precatórios, Imposto de Renda e teto de gastos.
Falando em teto de gastos, há uma divergência na Câmara sobre a questão dos precatórios.
O valor ligado ao assunto pode apertar as contas do governo e causar um rompimento do teto, o que é inconstitucional e premissa para processos de impeachment.
Destaque das empresas
Apesar do Ibovespa no vermelho, algumas empresas enviaram notícias interessantes ao mercado hoje.
No setor da aviação, a Azul Linhas Aéreas (AZUL4) informou que voltará a alguns destinos na América Latina, como Montevidéu e Punta Del Este.
Por outro lado, a Latam apresentou novamente um pedido para aumentar o prazo necessário para mostrar seu plano de recuperação judicial. É a quarta vez que isso ocorre.
Além disso, a Eletrobrás finalizou a venda das ações da Norte Brasil Transmissão de Energia (NBTE). A ocasião faz parte de um plano de privatização das estatais, liderada pelo Governo Federal.
No setor de petróleo, tem notícia boa também. A PetroRio produziu 11,1% mais barris de petróleo em relação a julho. A alta vem em bom momento, dado o preço em ascensão do Brent.
Além disso, houve desdobramento das ações da Méliuz (CASH3). O ativo sofreu uma queda forte na semana.
E o final de semana?
Nos dias 11 e 12 de setembro, não há negociações no Ibovespa.
Apesar disso, investidores seguirão com olhos virados à Brasília, em busca de tranquilidade e harmonia entre os poderes.
Os analistas acreditam que qualquer passo do presidente que desagrade o mercado pode causar oscilações exageradas nos índices.
Além disso, o mercado fica de olho nas questões americanas, após uma ligação entre o presidente Joe Biden e Xi Jinping. Segundo pessoas próximas, a conversa entre eles não teve muito efeito.
Fechamento ao redor do mundo.
Além do Ibovespa em queda semanal de 1,77%, as bolsas internacionais também não foram tão bem assim.
Nos Estados Unidos, a NYSE fechou em queda de 1,68% e o índice Dow Jones caiu um pouco mais, 2,16%.
Na Europa, o FTSE100 de Londres fechou em queda de 1,53%, enquanto o índice DAX, na Alemanha, fechou em queda de 1,32%.
Já na Ásia, o índice Hang Seng fechou a semana em alta de 1,38%, enquanto o Nikkei (Japão), fechou em alta de 2,97%.
Na próxima semana
Para a semana que vem, o Ibovespa aguarda movimentos políticos.
Andamento nas pautas no Congresso, estímulos do FED e ruídos sobre a reunião do COPOM (21 e 22) movimentarão a bolsa.
Além disso, o mercado espera ações do Ministério da Economia sobre a inflação. Segundo Paulo Guedes, a inflação deve atingir o patamar de 7,5% a 8% no final do ano, baixando o ritmo atual.
Bom final de semana!