Greve na aviação: pilotos e comissários paralisarão dia 29
Um dos setores mais castigados pela pandemia, a aviação, agora terá que driblar um novo problema: a greve dos pilotos e comissários. Marcada para o dia 29, a categoria exige o reajuste salarial compatível e alega que, mesmo diante da maior crise sanitária, não parou os trabalhos.
As empresas aéreas, por outro lado, afirmam que o alto custo do combustível e demais questões operacionais inviabilizam um acordo entre as partes. Em reunião na última quinta-feira, os aeroviários e as companhias não chegaram em um acordo.
Como será a greve?
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), a paralisação será por tempo indeterminado, até que a categoria entenda que as negociações chegarão em um ponto de comum acordo. Apesar disso, a frota não pode paralisar inteiramente, dado que é um serviço essencial.
Devido a isso, a frota paralisada ficará em torno de 50% por dia, o que afetará, com certeza, as operações de viagens entre as capitais brasileiras. Além disso, a categoria atua em transporte de cargas, o que é importante para o país também. O sindicato da categoria afirma que é contra a “intransigência das companhias aéreas nas negociações da renovação da convenção coletiva de trabalho“.
Além disso, o movimento grevista exige um reajuste salarial com base no INPC de 2020 e 2021, até novembro. Isso porque no ano passado, a categoria não teve reajustes, em negociação com as companhias, para que as empresas conseguissem preservar empregos.
Encontros sem sucesso
Em resposta aos encontros entre as empresas e os colaboradores, os grevistas afirmaram que a proposta veio bem abaixo daquilo que era esperado. Contudo, além da correção pela inflação do período, o sindicato afirma que não se trata apenas de um reajuste salarial.
“Desde o início da pandemia a categoria nunca parou de trabalhar, tendo enfrentado graves riscos de contaminação por Covid-19, e deu sua contribuição no combate à doença transportando vacinas, insumos e equipamentos. Além disso, pilotos e comissários deram colaboração importante para a recuperação das empresas aéreas ao aceitar, de maneira correta, reduções salariais e remuneratórias que perduram até hoje“, afirmou o SNA em nota.
Contudo, do outro lado, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) afirmou que a manifestação é legítima e que a greve é um meio a ser utilizado apenas quando as vias de negociação se tornam esgotadas. Ele ainda afirma que a greve deve ser feita dentro da legalidade e que dará todo o suporte necessário para resolver o problema. Dentre as empresas, a Latam informou em nota que tomou conhecimento do movimento e se manterá atenta aos desdobramentos.
Em discurso, Ondino Dutra, presidente do SNA, disse que as empresas aéreas não vão “ganhar” da greve num movimento que chamou de “imposição”. Segundo ele, as companhias aéreas querem levar a greve à justiça, a fim de obter resultados mais favoráveis. Ondino também afirma que, caso isso aconteça, ele convocará novas greves.