Estados Unidos farão investimento no mercado de carnes
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o país fará um investimento de US$1 bi no mercado de carnes do país. Na cotação atual, o valor equivale a R$5,69 bilhões. O anúncio derrubou as ações de grandes empresas ligadas ao setor, como Marfrig e BRFoods. A ideia é impulsionar a produção que, hoje, tem o Brasil como o principal expoente do mundo.
A ideia é diminuir a concentração do mercado e distribuir melhor os investimentos em produtores menores. O intuito do governo é gerar concorrência e baixar a inflação do país, que também está alta. Contudo, a notícia afeta diretamente o mercado brasileiro.
O que pretende fazer Joe Biden?
O presidente americano afirmou que o investimento busca atender os interesses nacionais. Isso porque os Estados Unidos, assim como o Brasil, está sofrendo com uma inflação bem acima da sua média histórica. Com isso, o poder de compra dos americanos ficou menor e um dos produtos de maior impacto foi justamente a carne.
Dessa forma, Biden afirmou que o país investirá US$1 bilhão para fomentar a produção da carne. A medida buscará aumentar a concorrência e também é um subsídio que abate do custo de produção dos pecuaristas. O resultado final é um preço da carne menor, o que normaliza as compras do produto e também aumenta a quantidade produzida. Exatamente por isso que a notícia não é bem vista no Brasil.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de carne do mundo, com 16,8% da produção mundial. Os Estados Unidos, que tem forte apoio do Estado, é responsável por 20% dos rebanhos do mundo. Contudo, a notícia do investimento pode aumentar ainda mais a distância entre Brasil e Estados Unidos.
Como a carne dos Estados Unidos afeta o Brasil?
Economistas divergem sobre os impactos da produção maior nos Estados Unidos, mas a ideia de ambos é que isso afeta negativamente a exportação brasileira. Por isso, a receita em dólares das empresas ligadas ao setor pode estar comprometida, o que fez o preço das ações caírem.
A primeira teoria é a de que o Brasil vai exportar menos e, com isso, produzir menos. Dessa forma, o Brasil arrecadaria menos e o mercado seria afetado pela queda do número de trabalhadores e, claro, uma manutenção de preços do produto.
Por outro lado, outros economistas acreditam que a produção não deve cair. Caso os Estados Unidos consigam baixar efetivamente os preços da carne, o Brasil perderia mercado exportador, como a China, e voltaria as suas vendas para o mercado interno, o que deixaria o produto mais barato por aqui. Vale lembrar que a carne começou a disparar de preço quando a China passou a aceitar o produto vindo do Brasil. Para esses economistas, ainda, o segundo cenário é o mais favorável à população e às empresas, dado que o produto continuaria a ser produzido pelos mesmos custos, mas a venda para o mercado interno afetaria menos essas empresas.
Além disso, muitas empresas brasileiras exportam carne para os Estados Unidos. Caso a terra de Joe Biden produza mais, a quantidade exportada diminuiria, o que também é ruim para a economia brasileira. De qualquer forma, analistas afirmam que é importante esperar um pouco mais para ver os reais impactos dessa medida.