Entenda as quedas históricas das empresas de tecnologia

As empresas do setor de tecnologia foram das poucas que não sofreram os impactos durante o período mais restritivo da pandemia do coronavírus. A necessidade de digitalização das empresas e o isolamento das pessoas em casa impulsionando o comércio eletrônico fez com que os lucros de algumas “big techs” praticamente dobrassem, como foi o caso do Facebook, que obteve lucro 98% maior em 2020 em relação a 2019.

Contudo, o cenário em 2022 é completamente diferente, por exemplo, a Nasdaq, bolsa americana para as empresas do setor de tecnologia, já chegou a perdas acumuladas de aproximadamente 30%. A Meta (antigo Facebook) acumula perda de 55,93% no seu valor e a Netflix acumula impressionantes 72,19% de perdas.

Cenário de 2022 mudou bastante

Se no período mais restritivo da pandemia, o Federal Reserve (banco central norte-americano) estava realizando fortes estímulos à economia, levando a taxa de juros a zero e oferecendo incentivos fiscais para aquecer a economia, em 2022, o cenário é o inverso.

Os Estados Unidos estão sofrendo com a maior inflação dos últimos 40 anos, o que fez o Federal Reserve acelerar o aumento da taxa de juros, ou seja, o custo de capital tornou-se mais alto do que no período mais restritivo da pandemia.

Este aumento no custo do capital impactou diretamente as empresas de tecnologia, dado que, investidores antes tinham acesso a linhas de crédito a juros baixíssimos para investir nestas empresas. Com o Tesouro norte-americano pagando bônus maiores devido ao aumento da taxa de juros, investidores têm optado em alocar seus recursos em títulos americanos, que são mais seguros.

Esse movimento do mercado em investir em títulos do Tesouro norte-americano freia a economia, reduzindo as expectativas de lucros das empresas e, com isso, as ações ficam menos atraentes, principalmente as de tecnologia, que costumam ser ativos de maior risco que empresas listadas no índice Dow Jones, consideravelmente mais tradicionais.

Empresas de tecnologia terão turbulência no horizonte

Pode parecer que o cenário atual é o pior possível para as empresas de tecnologia, mas não é isso o que o cenário macroeconômico vem apontando. Um dos principais propulsores para a alta da inflação nos Estados Unidos foi a guerra entre Ucrânia e Rússia, que elevou o preço do barril do petróleo a um valor alto.

Como a guerra ainda não possui uma previsão para terminar e as sanções a Rússia em relação a comercialização de petróleo também não devem ser interrompidas, isso fará com que a inflação nos EUA dure algum tempo e seja necessário acelerar ainda mais a alta da taxa de juros.

Especialistas já apontam que os EUA poderá entrar em recessão no próximo ano e que existe a possibilidade de que esta dure algum tempo. Sendo assim, o cenário para as empresas de tecnologia no horizonte será de grande turbulência, dado que investidores irão preferir alocar seus recursos em ativos de mais segurança em um período conturbado da economia. Contudo, o impacto será maior para as menores empresas, as famosas “big techs” deverão se recuperar passado esse período.

 

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