Dólar tem nova alta após Paulo Guedes confirmar ‘Auxílio Brasil’ de R$ 400
O dólar opera em forte alta nesta quinta-feira (21), após o ministro Paulo Guedes confirmar que o governo pagará R$ 400 de Auxílio Brasil até dezembro de 2022 e falar em “licença” para furar o teto de gastos para financiar o benefício.
Às 10h10, a moeda norte-americana saltava 1,71%, vendida a R$ 5,6535. Na maior cotação do dia até o momento chegou a R$ 5,6750, renovando máximas que não eram atingidas desde meados de abril.
Já a Bovespa opera em queda de mais de 1% em meio aos temores de descontrole fiscal.
O Banco Central não anunciou venda de dólares venda líquida de dólares – seja na forma de swap cambial, seja de moeda física – para esta quinta, mas dada a disparada do dólar agentes financeiros não descartam que o Bacen intervenha de surpresa no mercado.
Na terça-feira (19), as notícias sobre as intenções do governo de pagar parte do Auxílio Brasil fora do teto de gastos já tinham azedado o humor dos mercados, provocando queda na bolsa, elevação dos juros futuros e aumento do dólar frente ao real.
Na quarta-feira (20), o dólar fechou em queda de 0,65%, a R$ 5,5583, após ter atingido R$ 5,5944 na terça-feira. Com o resultado da véspera, passou a acumular alta de 2,07% no mês e de 7,15% no ano.
Furo do teto de gastos
A fala do ministro Paulo Guedes dizendo que o governo estuda alternativas para viabilizar o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil foi interpretada pelo mercado como o fim do teto de gastos, indicando uma derrota da equipe econômica na batalha contra planos de romper o teto de gastos.
Tido como âncora fiscal do Brasil, o teto de gastos está em vigor desde 2016 não permite o crescimento das despesas do governo acima da inflação do ano anterior, de forma a reduzir o endividamento público e evitar um descontrole dos gastos públicos.
O ministro disse que o governo avalia se o benefício temporário que irá vitaminar o novo Bolsa Família será pago fora do teto, o que demandaria uma licença, chamada pelo ministro de “waiver” (perdão), para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões, ou se haverá opção por uma mudança na regra constitucional do teto de gastos para acomodá-lo.