Dólar começa essa segunda (10) em alta, cotado a R$ 5,65
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (10), com o mercado financeiro projetando maior aperto monetário e crescimento mais fraco em 2022. Às 10h31, a moeda norte-americana subia 0,41%, cotada a R$ 5,6554.
Na sexta-feira (07), o dólar fechou em queda de 0,82%, a R$ 5,6325. Na parcial da semana e do ano, acumulou avanço de 1,04% frente ao real.
Contexto para as variações do câmbio
No radar dos investidores permanece a expectativa de aumentos de juros já em março nos Estados Unidos e preocupações com infecções crescentes por Covid-19, enquanto, no Brasil, investidores monitoravam as perspectivas da saúde das contas públicas e a piora das expectativas para a economia em 2022.
No exterior, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que movimentos mais rápidos do que o esperado pelo Federal Reserve na política monetária dos EUA podem afetar economias emergentes e provocar saídas de capital e depreciação cambial no exterior.
Na ata da sua última reunião de política monetária, o Fed revelou discussões de autoridades da instituição no sentido de subir os juros em um ritmo mais rápido do que o previsto. O potencial enxugamento de liquidez pelo BC norte-americano representa um desafio adicional para a classe de ativos emergentes (da qual faz parte o real), que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros, pano de fundo de daria suporte ao dólar.
Por aqui, os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022. O mercado estima agora uma alta de 0,28%, contra 0,36% na semana anterior, segundo boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. Já a projeção para a taxa de juros básicos (Selic) ao final de 2022 foi elevada para 11,75%.
Os analistas consultados pelo BC reduziram pela quinta semana seguida a previsão de inflação consolidada de 2021 – de 10,01% para 9,99%. Já a previsão para o ano de 2022 continuou em 5,03%, acima do teto do sistema de metas para o ano (5%).
Ainda na cena doméstica, “uma nova dor de cabeça fiscal veio à tona”, disseram economistas do Citi em relatório divulgado nesta segunda-feira. O comentário faz referência às pressões recentes do funcionalismo público por reajustes salariais, após várias categorias de servidores anunciarem planos de paralisações e entregas de cargos.