Dólar chega a R$ 5,70 após confusão no mercado americano
O dólar opera com pequenas oscilações nesta quinta-feira (6), após ter fechado acima de R$ 5,71 na véspera com a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (BC dos EUA), que mostrou postura mais dura das autoridades norte-americanas em relação à inflação. Às 9h26, a moeda norte-americana caía 0,04%, a R$ 5,7140.
Na quarta-feira, a moeda americana fechou em alta de 0,47%, a R$ 5,7161 – maior valor desde 21 de dezembro de 2021 (R$ 5,7394). Foi a terceira sessão consecutiva de ganhos. Na parcial da semana e do ano, passou a acumular avanço de 2,53% frente ao real.
Contexto
No exterior, a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) revelou nesta quarta-feira discussões para um aumento nas taxas de juros antes do esperado e uma redução na carteira geral de ativos para conter a alta inflação nos Estados Unidos.
Em sua última reunião de política monetária, no mês passado, o Fed indicou que acelerará o processo de redução de suas compras de títulos e sinalizou que promoverá três aumentos de 0,25 ponto percentual nos custos dos empréstimos em 2022.
O potencial enxugamento de liquidez pelo BC norte-americano representa um desafio adicional para a classe de ativos emergentes (da qual faz parte o real), que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros, pano de fundo de daria suporte ao dólar.
Dados do Banco Central mostraram que o Brasil atraiu, em termos líquidos, pouco mais de US$ 6,1 bilhões em 2021 via câmbio contratado. Embora tenha sido o melhor resultado em seis anos, esse ingresso representa apenas uma fração dos 73,686 bilhões de dólares perdidos entre 2018 e 2020.
Na cena doméstica, o IBGE divulgou que a produção industrial brasileira caiu 0,2% em novembro na comparação mensal, na sexta retração mensal consecutiva.
Já a FGV divulgou que o indicador de tendência de emprego caiu 1,2 ponto em dezembro, para 81,8 pontos, no segundo mês consecutivo de queda. Segundo a FGV, o resultado reflete a desaceleração da economia no final de 2021.
Segue no radar dos investidores a conjuntura fiscal brasileira — tema que deve dominar a atenção de investidores em 2022, dividindo os holofotes com a corrida eleitoral à Presidência.
Depois de o governo ter aberto, por meio da PEC dos Precatórios, espaço para mais gastos com auxílio à população, os mercados monitoraram a pressão de funcionários públicos por reajustes salariais neste ano, com servidores de várias categorias anunciando planos de paralisação e entrega de cargos.