Corte na produção do petróleo pode levar ao aumento da gasolina no mundo todo

Petróleo: Uma resolução adotada a milhares de quilômetros de distância pode afetar o orçamento dos trabalhadores brasileiros em breve. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) decidiu reduzir a produção de petróleo. O grupo deixará de produzir mais de 1,66 milhão de barris diariamente.

A lógica é clara: com a diminuição da oferta de petróleo no mercado global, o valor do recurso tende a aumentar. Dessa forma, é provável que a medida tomada pela Opep+ impacte diretamente os preços dos combustíveis ao redor do mundo, como no caso da gasolina. Consequentemente, isso pode acarretar um aumento na inflação de diversos países em todos os continentes.

Ademais, a Rússia optou por prolongar a redução de 500 mil barris diários, que terminaria em julho, até o final de 2023. Na prática, isso representa uma diminuição de 3,6 milhões de barris por dia no mercado.

O Brasil também será afetado por essa situação. De modo prático, pode-se afirmar que a decisão da Opep+ pode levar os brasileiros a enfrentarem preços mais altos de combustíveis, justamente em um momento em que o governo federal já havia anunciado a reoneração da gasolina e do etanol desde 1º de março.

Petróleo: corte na produção
O corte da Opep já motivou declarações públicas do governo sobre mudanças na política de preços da Petrobras para os combustíveis.

Preço do barril

O impacto da resolução da Opep+ pode ser particularmente penoso no Brasil, uma vez que a Petrobras utiliza o preço internacional do barril de petróleo como referência para estabelecer o valor dos combustíveis nas bombas. Logo, se o preço do barril aumenta, as chances de elevação no preço da gasolina também crescem.

A cotação do petróleo Brent aumentou 6,7% na semana em que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) comunicou uma redução na produção de 1,1 milhão de barris diários. Na quinta-feira (6 de abril de 2023), a commodity encerrou o dia cotada a US$ 84,95 por barril.

O efeito não se limita apenas aos combustíveis. A Petrobras também aponta que se baseia no preço do barril de petróleo para determinar os valores de outros produtos, como o gás natural e o GLP, utilizado na cozinha das residências.

Aumento já confirmado?

Segundo especialistas, ainda não se pode afirmar com certeza se a decisão da Opep+ terá um impacto direto nos produtos brasileiros. Será necessário aguardar mais alguns dias para compreender se os preços do barril de petróleo sofrerão queda ou se permanecerão estáveis.

Alguns especialistas acreditam que o preço do barril pode ultrapassar os US$ 100, o que seria uma notícia bastante negativa para os brasileiros. De qualquer forma, é necessário esperar para ver o que de fato acontecerá.

É importante ressaltar que o preço do barril de petróleo não é o único fator considerado pela Petrobras ao estabelecer o valor dos combustíveis no Brasil. Outras variáveis também podem ser levadas em conta nas próximas semanas.

De qualquer maneira, a decisão da Opep+ já pode ser encarada como um revés, pois a partir de agora a Petrobras terá menos margem de manobra para implementar medidas que reduzam os preços dos combustíveis em todo o território brasileiro.

O preço mais elevado da gasolina no país é proveniente da região Norte

Ao longo dos últimos 12 meses, a gasolina apresentou uma queda de preço no Brasil, aliviando o orçamento dos motoristas. A redução média foi mais acentuada no Sudeste (-25,63%), Centro-Oeste (-25,62%) e Nordeste (-24,11%), seguida pelo Sul (-21,26%) e Norte (-21,12%).

As Unidades Federativas com as maiores reduções foram Piauí (-31,33%) e Minas Gerais (-30,07%). Por outro lado, as menores quedas ocorreram em Roraima (-13,87%), Amazonas (-14,33%), Amapá (-18,50%) e Rondônia (-18,67%), todos abaixo de 20% e pertencentes à região Norte.

Dessa forma, os preços médios mais elevados da gasolina foram encontrados nos seguintes estados:

  • Amazonas: R$ 6,27
  • Roraima: R$ 6,08
  • Acre: R$ 6,00
  • Rondônia: R$ 6,00

É importante mencionar que, enquanto o preço médio nacional aumentou 4,38% em março, os aumentos no Amazonas e Roraima atingiram 10,58% e 8,77%, respectivamente, representando as maiores altas nacionais e os maiores valores médios no país.

Gasolina mais vantajosa que o etanol

Nos últimos 12 meses, a gasolina não foi o único combustível a apresentar redução no preço. Resumidamente, o etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, acumulou uma queda de 22,04% no período.

Embora ambos os combustíveis tenham registrado significativas reduções em seus preços ao longo de um ano, um deles continua sendo mais vantajoso que o outro no país, cenário observado nos últimos meses.

Em resumo, o preço do etanol deve ser igual ou inferior a 70% do valor da gasolina para que seu custo-benefício seja maior que o do concorrente nas bombas. Se o resultado dessa relação ultrapassar esse limite, os motoristas devem escolher a gasolina, que proporcionará um melhor desempenho ao veículo.

Na semana passada, apenas duas das 27 Unidades Federativas apresentaram taxas inferiores a 70%, ou seja, comercializaram o etanol com um custo-benefício mais favorável. Os estados foram Mato Grosso (66,1%) e Amazonas (69,5%), com taxas abaixo de 70%, indicando maior vantagem para os motoristas que abastecem com etanol.

Por outro lado, em 25 das 27 Unidades Federativas, a gasolina mostrou-se mais vantajosa que o etanol. Isso significa que, em geral, os motoristas devem optar pelo combustível fóssil, aproveitando os preços mais atrativos e deixando o biocombustível de lado, ao menos por enquanto.

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