Copom eleva juro básico da economia para maior patamar desde 2017

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (4) o décimo aumento consecutivo da taxa Selic. A saber, a taxa corresponde ao juro básico da economia brasileira. Com a elevação de 1,0 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano.

Esse é o maior patamar dos juros básicos no país desde fevereiro de 2017, época em que a taxa estava em 13,00% ao ano. Inclusive, todas as elevações da Selic que vêm ocorrendo nos últimos meses possuem o objetivo de controlar os avanços da inflação no país.

A decisão veio em linha com as expectativas dos analistas. Na verdade, o Copom passou a aumentar o aperto monetário em agosto do ano passado devido à inflação, que teima em não cair no país. Aliás, as expectativas para a taxa inflacionária global em 2022 estão ainda mais pessimistas devido à guerra entre Rússia e Ucrânia e todos os impactos globais do conflito.

Vale destacar que analistas de mais de cem instituições financeiras, ouvidos pelo Banco Central, acreditam que a Selic encerrará o ano ainda mais elevada do que está atualmente. Em suma, o mercado financeiro acredita que o juro básico da economia chegará a 13,25% ao ano no final de 2022.

Veja como a alta da Selic impacta a sua vida

Em primeiro lugar, vale destacar que a pandemia da Covid-19 afundou a economia global em 2020, incluindo a brasileira. Por isso, o Copom decidiu reduzir a Selic no decorrer de 2020, e a taxa caiu para 2,0% ao ano em agosto, mantendo-se assim até março de 2021.

Contudo, a crise sanitária afetou a cadeia produtiva global de diversos setores, o que fez os preços dos bens e serviços dispararem em 2021. E a forte demanda impulsionou ainda mais a inflação no ano passado. Isso fez o Copom reverter as reduções e o comitê passou a elevar repetidas vezes a Selic em 2021. A saber, a taxa acumula dez altas consecutivas desde março do ano passado.

Diante desse cenário, quem mais sofre é a população. Em resumo, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Isso reduz o poder de compra do consumidor e desaquece a economia.

Dessa forma, a tendência é que haja uma redução da “inflação por demanda”, uma vez que as pessoas passam a comprar menos, pois o crédito fica mais caro. No entanto, até agora, a inflação continua elevada, bem como os juros. Em outras palavras, a população está sofrendo de ambos os lados.

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