Como entrar no mercado de investimento com apenas R$ 300?
A bolsa brasileira vem enfrentando um período de forte volatilidade que se mostra um novo teste de estresse para os investidores. Para os novatos no mercado de investimento, o sobe-e-desce pode assustar, mas especialistas reforçam que a volatilidade faz parte do jogo e não deve ser motivo para deixar de investir em renda variável pensando no longo prazo.
Levantamento da B3 mostra que a mediana da primeira aplicação em bolsa dos novos investidores é de 352 reais – em 2020, o primeiro investimento mediano dos investidores era de 985 reais. Ou seja, a bolsa está cada vez mais democrática e desmistifica a ideia de que para investir em açõesações é preciso muito dinheiro.
Os dados também mostram que o saldo mediano da pessoa física em bolsa é de 10.000 reais. Neste caso, isso mostra que o valor de entrada é pequeno, mas existe uma trajetória de construção de patrimônio.
Como começar com até R$ 300
Para investir em bolsa é preciso primeiramente ter uma conta em uma instituição financeira com acesso a um home broker, sistema de negociação em tempo real da B3. Nele, o investidor consegue negociar ativos como ações, BDRs, ETFs e fundos imobiliários (FIIs).
Os ativos mais procurados são as ações, que normalmente são vendidas em lotes de 100. Considerando que o valor mediano de entrada do investidor brasileiro é em torno de 300 reais, o preço da ação negociada teria que estar em 3 reais por papel para que o investidor conseguisse comprar o lote completo.
É possível, no entanto, comprar uma única ação avulsa no mercado fracionário, que tem esse nome justamente por permitir o fracionamento dos lotes de compra. Para acessar essa opção, é necessário incluir um “F” ao final do ticker da ação que o investidor pretende comprar.
Pegando as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) como exemplo, um único papel poderia ser comprado no mercado fracionário por 28,45 reais – sem que o investidor fosse obrigado a adquirir um lote completo por 2.845 reais.
A escolha de cada ação depende do perfil e do objetivo de cada investidor, mas Lima recomenda começar por papéis que pagam dividendos periodicamente.
Para além das ações
Outro ativo que traz retorno periódico são os fundos imobiliários. Negociados em bolsa, a maioria desses ativos paga dividendos mensais, como um aluguel. Não à toa o segmento é dominado por investidores pessoa física, que percebem a semelhança do investimento com um aluguel imobiliário comum.
O preço dos fundos imobiliários também ajuda, com a maior parte das cotas sendo negociada na casa dos 100 reais.
Para quem busca diversidade dentro de um mesmo produto, os fundos de índice, ou ETFs, são as melhores escolhas. Negociado em torno de 100 reais, o ETF mais negociado da B3 é o BOVA11, cuja carteira de ações usa o Ibovespa como índice de referência.
Os ETFs também podem trazer diversificação de geografias e produtos. Um exemplo é o HASH11, que segue uma cesta global de criptoativos.
Os investimentos internacionais também estão acessíveis em bolsa por meio dos BDRs, certificados negociados na B3 que correspondem a ações de empresas negociadas no exterior. Os BDRs são vendidos por unidade, e os mais negociados – Tesla (TSLA34) e Mercado Livre (MELI34) – estão cotados a 116 reais e 80 reais, respectivamente.