Com fim do Auxílio Emergencial, faturamento de supermercados cai no 3° semestre

A pandemia foi como um terremoto na já capenga economia brasileira. Depois de um ano salvo pelo Auxílio Emergencial, a realidade se impôs numa primeira onda que abalou os resultados do mercado no terceiro trimestre deste ano.

As vendas de varejo no Carrefour e no Grupo Pão de Açúcar caíram 8% e 5%, respectivamente, pressionadas pelo declínio de categorias não alimentares. E este parece ser só o começo. Com a quarta maior taxa de desemprego do mundo, segundo ranking da Austin Rating, e ameaça de recessão, o cenário que se desenha para 2022 no Brasil é sombrio.

Nos supermercados, a reação foi rápida. Para o GPA, uma das saídas foi apagar o Extra Hiper do seu portfólio. O grupo fechou acordo de R$ 5,2 bilhões com a rede de atacarejo Assaí, controlada pela mesma holding, para passar 71 lojas à bandeira irmã.

Dos 32 hipermercados que seguem nas mãos do GPA, 28 serão readequados a formatos mais rentáveis e quatro serão desinvestidos. A receita da companhia com o Extra Hiper recuou 14% no último trimestre ante o mesmo período do ano passado, para R$ 2,6 bilhões.

No relatório financeiro, a varejista atribuiu o resultado ao reposicionamento de preço regular e à retomada das promoções para mitigar os efeitos da economia sobre as vendas.

Redes enxugam para economizar custos

Às vésperas do fim, a rede Extra Hiper está mais no clima de Black Friday que o restante do setor, com descontos para liquidar estoque de eletrônicos e produtos têxteis. Outras bandeiras acompanham o ritmo de saldão, mas a iniciativa tem prazo para acabar: março de 2022 — quando se conclui a transição para o Assaí.

O Carrefour também investe na projeção da sua carteira de produtos, motivado pela margem maior e mais previsibilidade no estoque.

Enquanto a concorrência abandona o híper, o Carrefour pretende manter o formato. O posicionamento é crucial também para o cartão da marca, porta de entrada para a compra de eletroeletrônicos. O faturamento do Banco Carrefour no terceiro trimestre foi de R$ 12,3 bilhões, aumento de 25% ante o mesmo período de 2020, puxado pela alta de 41% do crédito no atacado e de 17% no varejo.

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