Os presidenciáveis já começaram o debate, mas de forma nem um pouco amigável. Isso porque Ciro Gomes e a cúpula do PT (Lula e Dilma) firmaram um enorme bate-boca nas redes sociais e as declarações respingaram em entrevistas nos portais de notícias. Ciro também criticou Bolsonaro.
É a hora de o eleitor ficar atento aos ditos, já que isso deve ser levado em consideração na hora do voto no ano que vem.
Ciro Gomes e as eleições
Ciro Gomes é um dos primeiros pré-candidatos à presidência em 2022. Filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), tem anos de experiência na política brasileira e foi um dos integrantes da idealização do Plano Real.
Para sua atual campanha, contratou o ex-marketeiro de lula, João Santana. João e sua esposa foram condenados, pelo então juiz Sérgio Moro, por corrupção ativa e passiva e organização criminosa. Ele também é criticado por ter viajado a Paris antes do segundo turno de 2018.
Além disso, Ciro vem costurando alianças para formar uma chapa forte para 2022. Nesse ano, jantou com Datena, quer seria o sonho de vice-presidente do presidenciável.
O que disse Ciro Gomes?
Em participação em um podcast do jornal “O Estado de São Paulo” disse que o “Brasil precisa se livrar de ódios e paixões personalistas”. A conversa, que durou cerca de 34 minutos, passou pelo cenário político e econômico do Brasil. Além disso, Ciro Gomes fez previsões sobre as eleições.
Para o ano que vem, ele disse que “o que define o voto é a promessa e a consistência dessa promessa para o futuro”, negando o fato de precisar driblar o histórico de sucesso econômico de Lula que, segundo ele, foi “artificial”. Por outro lado, ele não se vê como ‘terceira via’.
Críticas a Bolsonaro
Além disso, criticou abertamente o atual presidente e sua agenda econômica. Segundo ele, “Bolsonaro não estará nas eleições por não reunir a menor condição objetiva de se apresentar para o povo”. Posteriormente, ele afirmou que o atual governo quebrou as contas públicas e relembrou da alta da inflação, que deixou o salário mínimo no menor poder de compra em 16 anos. Somado a isso, ele disse que os últimos três presidentes brasileiros que terminaram o mandato, Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Lula, têm grande capacidade de conciliação, o que ele não vê no atual presidente.
Contudo, na declaração mais forte do podcast, Ciro Gomes acusou Lula de chefiar o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. “Quem fez um golpe foi o Senado Federal”, disse. E ele continua: “quem presidia o senado era Renan Calheiros. Quem liderou o MDB nessa investida? O Eunício Oliveira. Com quem que o Lula tá hoje? E hoje eu tô seguro que o Lula conspirou pelo impeachment da Dilma”. Posteriormente, a declaração gerou barulho nas redes sociais.
No fim da entrevista, perguntado se existe risco de golpe no Brasil por parte de Bolsonaro, disse que “ele [Bolsonaro] quer interromper o processo democrático”. Anteriormente, por diversas vezes, chamou o atual presidente de “delirante”.
O rebate do PT
Nas redes sociais, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu com veemência o que disse Ciro Gomes na entrevista. Vale lembrar que Lula fez a campanha de Dilma Rousseff na sua última eleição, buscando trazer popularidade à então candidata.
Ela disse que “Ciro Gomes está tentando de todas as formas reagir à sua baixa aprovação popular. Mais uma vez mente de maneira descarada, mergulhando no fundo do poço. O problema, para ele, é que usa este método há muito tempo e continua há quase uma década com apenas 1 dígito nas pesquisas.”
Lula (PT) disse que não responderá Ciro Gomes e disse que Ciro precisa “pensar antes de falar”. Na entrevista, Ciro disse que sua “relação com o lulopetismo está encerrada”.
