Bolsonaro sugere que se filiará ao PL
O presidente Jair Bolsonaro disse à CNN, na última segunda-feira (08), que está “99% fechado” com o Partido Liberal (PL). A filiação a alguma sigla é imprescindível para que o presidente consiga se candidatar à presidência em 2022.
Além disso, se filiando ao PL, Bolsonaro deixa de olhar para o PTB, de Roberto Jefferson, que já enviou um convite formal ao presidente.
Quem é o PL?
O Partido Liberal (PL) representa a direita da política econômica do Brasil e é a alternativa mais viável para que o presidente Bolsonaro se candidate à reeleição em 2022. Apesar desse grande passo, o presidente já se antecipou às críticas que receberá de opositores.
Isso porque alguns deputados e filiados ao PL foram indiciados no escândalo do mensalão, como Costa Neto, que sofreu críticas do próprio presidente.
Carlos Bolsonaro, filho do presidente, excluiu no Twitter post em que criticava o ex-deputado.
Vale lembrar que essa alternativa veio após a criação de uma partido, por parte de Bolsonaro, que falhou. Durante mais de um ano, ele tentou criar o Aliança pelo Brasil, com o número 38. A oposição e os próprios apoiadores do PSL criticam ele, sigla a qual deixou após desentendimentos. Contudo, como ele não conseguiu o mínimo de assinaturas, o partido não foi criado.
Anteriormente, Bolsonaro ainda flertou com o PP, partido de Ciro Nogueira. Pela sigla, o presidente foi eleito deputado de 2005 a 2016 e tem uma extensa relação. Apesar disso, o partido faz parte do “Centrão”, anteriormente criticado pelo chefe do Executivo. Agora, ele se diz parte do Centrão.
As desavenças de Bolsonaro com o Centrão
Bolsonaro se elegeu em 2018 criticando o chamado Centrão da política brasileira. Na época, as críticas ecoaram para a esquerda (PT e PSOl) e para o grupo que, segundo o presidente, negocia votos de acordo com seus interesses.
Na época, Bolsonaro disse que “de um lado, temos a esquerda, de outro o Centrão. Quero agradecer a Geraldo Alckmin por ter juntado o que há de pior no Brasil. Do lado da esquerda há algo tão pior quanto a corrupção, que é o discurso ideológico“. Em outra oportunidade, ele disse que o Centrão é “o que há de pior no Brasil”.
Em entrevistas recentes, o presidente voltou atrás e disse que não tem para onde “se tirar o Centrão”. Dessa forma, a contradição mostrada pelo presidente já serviu de discurso para críticas de apoiadores.
Políticos como Guilherme Boulos, João Amoedo e até o perfil oficial do PSOL disseram que as falas de Bolsonaro mostram “hipocrisia”. Apesar disso, o presidente parece estar convencido de que o PL é a sigla para onde irá. Dessa forma, o partido pode operar com o apoio político da direita e de parte do centro para angariar votos em 2022.
Segundo fontes da CNN, o que falta é apenas uma reunião entre Bolsonaro e PL, que ocorrerá amanhã, 10. O encontro visa discutir pautas caras ao partido e ao presidente, de modo a formarem uma coalisão.