Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU
O presidente Jair Bolsonaro está em Nova York para discursar na Assembleia Geral da ONU amanhã, na abertura, às 9h.
O fato de o presidente ser o único não vacinado entre os líderes gerou críticas e abalou a imagem do chefe do Executivo no mundo.
A Assembleia
A Assembleia Geral da ONU é um encontro de todos os países signatários do acordo que coloca a ONU como mediadora de conflitos e pautas internacionais.
Ela ocorre anualmente e, por tradição, o presidente do Brasil é o primeiro a discursar.
O encontro é o primeiro após a conferência virtual de 2020, quando o mundo estava no auge da pandemia.
Ao contrário do ano passado, a maioria dos líderes estará presencialmente, à exceção de Xi Jingping, chefe do governo chinês.
Bolsonaro
O presidente chegou para a Assembleia Geral da ONU e já encarou protestos. Na porta de seu hotel, o presidente decidiu entrar pela porta dos fundos para não se encontrar com manifestantes.
Ainda segundo a assessoria de imprensa do Governo Federal e por uma postagem de Luiz Eduardo Ramos, no Twitter, Bolsonaro, que não está vacinado, é proibido de entrar em restaurantes e locais fechados da cidade.
Por isso, a falta do imunizante rendeu uma foto de Bolsonaro e sua comitiva comendo pizza na calçada de um restaurante em nova York.
O fato de o presidente não estar vacinado, como esperado, gerou muita repercussão.
Isso porque o presidente da cidade de Nova York, Bill De Blasio, disse que os políticos e os líderes que estão na cidade precisam “mandar uma mensagem a todos os líderes mundiais, especialmente Bolsonaro, do Brasil, de que se você pretende vir aqui, você precisa ser vacinado. E se você não quer se vacinar, nem venha, porque todos devem estar seguros juntos. Isso significa que todo mundo deve estar vacinado”.
Assim, ao citar nominalmente o presidente do Brasil, as críticas ecoaram na imprensa internacional, com grandes críticas às atitudes de Bolsonaro.
Apesar disso, o Brasil é um dos líderes em vacinação, com 69,3% da população com a primeira dose, e 38,1% da população com as duas doses necessárias, segundo o Our World In Data.
Com Boris Johson
O presidente do Brasil, antes da Assembleia da ONU, se reuniu à tarde com o Primeiro Ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
Anteriormente, quando Boris ganhou as eleições, Bolsonaro foi um dos primeiros líderes a reconhecer a vitória. Apesar dos discursos parecidos no início de ambos governos, Boris Johson passou a defender a vacinação em massa após ser internado na UTI com covid-19.
No encontro, Boris disse a Bolsonaro que “vacinas salvam vidas”. O presidente respondeu, rindo, que ainda não se vacinou.
O discurso
Bolsonaro abrirá a Assembleia Geral da ONU com um discurso que deve ir contra os estudiosos e os dados no Brasil.
Isso porque, ao defender o Brasil nas questões da pandemia, deve falar sobre os percentuais de vacinação e o sucesso nas campanhas dos estados.
Por isso, ele deixará de lado as questões de logística atrasadas de vacinas e o escândalo da CPI da Covid, que deve acusar Bolsonaro de corrupção e prevaricação.
Por outro lado, no caso do meio ambiente, Bolsonaro deve voltar a atacar líderes internacionais, escondendo os dados de desmatamento recordes nos quais o país se encontra.
A princípio, o discurso está previsto para as 9h de amanhã.