Até onde vai a taxa de juros básica (Selic)
Taxa de juros e inflação são a dobradinha do momento, a segunda trouxe o alerta para a necessidade de subir juros, e agora a questão que fica, é até que ponto os juros continuarão a subir?
Nesse sentido, aqui no Brasil, a curva de juros começou a inclinar muito antes que nos países europeus e nos EUA. Com isso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi um dos primeiros presidentes de Bancos Centrais a subir juros.
Dessa forma, tivemos uma vantagem em relação ao resto do mundo, que segue buscando maneiras de controlar a inflação, enquanto por aqui, o remédio parece estar começando a fazer efeito.
Payroll nos EUA surpreende o Mercado
O Payroll, é o relatório de emprego americano, ele não apenas traz os dados de empregabilidade mas também ajuda a entender a situação da economia por lá. Dado que além dos dados que mostram o nível de desemprego junto a criação ou destruição de postos de trabalho, o Payroll também informa se houve aumento médio da renda do trabalhador norte-americano.
Com isso, o mais recente relatório divulgado, trouxe dados positivos para a economia americana que afastaram um pouco a tese de que o país está para entrar em recessão. Contudo, enquanto o payroll mostrou que a economia não está desaquecendo ao elevar o número de empregabilidade, isso dá margem para que o FED possa continuar aumentando as taxas de juros por lá.
Bacen Brasileiro Projeta alta residual na taxa de juros para próxima reunião
Na última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), o Banco Central decidiu por aumentar a taxa de juros em 0,5%, alta que já era amplamente aguardada pelo mercado. Além disso, o Bacen deu a entender que o ciclo de alta está chegando ao fim, com mais um possível aumento residual de “menor magnitude”.
Contudo, analistas entendem que uma eventual subida de juros nos EUA muito acima do esperado, pode fazer com que o ciclo não termine nos 14% previstos para a próxima reunião. Nesse sentido, para segurar o fluxo de investimentos além de eventuais impactos no câmbio, o Bacen poderia ampliar esse ciclo com novos aumentos.
Essa leitura é compartilhada por alguns players de mercado, que estão atentos aos acontecimentos externos, principalmente relacionados à economia Americana. Com isso, embora a inflação esteja começando a sentir o efeito da política monetária do Bacen, esse cenário de alta pode não estar no fim.
Guerras e dados surpreendentes nos EUA podem mudar o cenário
Além da divulgação do Payroll que veio muito acima do esperado pelo mercado, existem outros fatores que podem contribuir para uma eventual continuidade no ciclo de alta de juros.
Nesse sentido, é importante ficar atento às questões envolvendo China e Taiwan, além da guerra em curso na Ucrânia, que já afetou a cadeia de suprimentos, provocando ainda mais problemas de oferta global.
Com isso, pode-se dizer ser bastante cedo para avaliar que os 14% previstos junto a um aumento residual de 0,25% pode ser o fim do ciclo de alta na taxa de juros. A verdade é que com tantas incertezas em jogo, o ciclo de alta pode estar longe do fim.
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