Argentina: oposição tem maioria no Senado

Na Argentina, as coisas não andam muito bem para o atual presidente Alberto Fernández. Isso porque a oposição “Juntos pela Mudança” ganhou na maioria dos distritos do país e desbancou os apoiadores do atual governo do Senado. Agora, a oposição tem maioria, o que obrigará Fernández a negociar as medidas que deseja.

Além disso, a derrota marca mais um episódio contrário ao governo, que recentemente teve brigas internas. Na parte da economia, a Argentina renegocia dívida com o FMI e tem uma inflação 5 vezes superior à brasileira.

Perdeu apoio

A oposição ao governo de Alberto Fernández deu um grande passo para retirar o presidente do poder, de fato. Isso porque na maioria dos distritos da Argentina, os candidatos do governo ao senado perderam. Com isso, o presidente fica isolado e passa a ter que negociar pautas importantes para seu governo. A Argentina passa uma por uma das situações econômicas mais difíceis da sua história.

Por lá, a base chamada de peronista, apoiadora do governo, ficou sem a maioria do Senado pela primeira vez em quase 40 anos. Dessa forma, analistas veem que o aumento da inflação e da pobreza foram determinantes para a derrota do governo. Além disso, na Câmara dos Deputados, o La Nación afirma que haverá equilíbrio: 118 a favor o governo e 116 contrários.

Na Argentina, o voto é facultativo e, por isso, o percentual de votantes também é um termômetro. Nas eleições desse ano, o percentual do eleitorado foi de 71%, o mais baixo desde a retomada da democracia. Exatamente aí que o governo vai se posicionar para buscar angariar votos para a futura corrida presidencial. Apesar disso, a situação por lá é delicada e o governo sofre com brigas internas e instabilidades externas.

Alberto Fernández Argentina
Uma mulher com uma menina em Villa Fiorito, Buenos Aires, Argentina Foto: Enrique Marcarian / Reuters

O desastre do atual governo da Argentina

Assim é chamado pela oposição as medidas do atual governo. “Desastre” porque a inflação está extremamente alta, a pobreza atinge 40% da população e a cúpula do alto escalão do governo está em intriga. Por isso, analistas começam a acreditar que Fernández não deve ganhar uma possível tentativa de reeleição.

A crise começou na pandemia, quando a economia da Argentina caiu 10%. Apesar de ter uma retomada acima da média na América Latina, não será o suficiente para recuperar as perdas. Do lado dos preços, a inflação anual passa dos 42%, mais de cinco vezes maior que a brasileira, que no ano está em 8%, aproximadamente.

Além disso, o país que tem 45 milhões de habitantes tem 40% de sua população vivendo na pobreza, um índice extremamente alto para a importância da economia argentina.

Em discurso, o presidente Alberto Fernández disse que a economia vai crescer cerca de 9% nesse ano e que as perdas da pandemia devem ser totalmente recuperadas no início de 2022. Ele culpa a pandemia e as medidas restritivas, necessárias na opinião dele, pelos índices assustadores da economia por lá.

Vale lembrar que recentemente a alta cúpula do governo entrou em briga interna, o que afasta investidores internacionais e aumenta o risco do país. Além disso, após dar um calote internacional, o governo busca renegociar a dívida com o FMI. As tratativas, até agora, são sem sucesso.

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