A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorizou o iFood a fazer entregas utilizando drones. Com isso, a empresa será a primeira das américas a utilizar esse tipo de serviço. Contudo, a ANAC fez algumas restrições, que os operadores dos drones devem respeitar. Além disso, o modelo autorizado é o DLV1-NEO, já utilizado em outros países do mundo.
A empresa informou, em nota, que fará uma parceria com a SpeedBird, que operará os drones para os deliverys. Além disso, o iFood poderá usar a modalidade de entrega para endereços próximos que não sejam muito pesados.
Um drone pode chegar à sua casa, segundo a ANAC
Com a autorização, já será possível receber entregas através de drones nos próximos meses. Isso é o que diz o iFood, a maior empresa de entregas do Brasil. Com a saída recente do Uber Eats, um dos principais concorrentes, a empresa também acredita que ganhará mais uma fatia relevante do mercado.
Apesar disso, a autorização da ANAC tem algumas restrições. Segundo a autoridade, as medidas visam manter a segurança das entregas, principalmente em um momento de testes. A agência determinou que as entregas poderão ocorrer em um raio de 3km, com entregas que pesem, no máximo, 2,5 kg. Além disso, a Speedbird, empresa que operará os drones, deverá manter distância de possíveis interferências eletromagnéticas, além de ser proibida de sobrevoar pessoas. “É uma conquista única para o Brasil. Esse é um marco histórico na aviação, mas também no desenvolvimento da sociedade. É o início de uma mudança que agilizará as entregas com o uso de um modal aéreo em parte das rotas”, diz o head de logística e inovação no iFood, Fernando Martins.
Contudo, a empresa afirma que os drones não farão todo o trabalho. Isso porque os drones sobrevoarão apenas algumas regiões, entregando os pedidos para entregadores vinculados à plataforma. Posteriormente, o entregador leva o pedido até o cliente.
Diminuir o tempo de entrega
Segundo o iFood, a ideia é, também, diminuir o tempo de entrega. Em testes experimentais, feitos em 2019, a empresa alega que conseguiu operar em 2 minutos um trajeto que, com entregadores de moto, é feito em 12 minutos. Com isso, além de o cliente esperar menos, o restaurante também terá a capacidade de fazer mais entregas na noite. Caso seja utilizado em massa pela empresa, o drone também pode reduzir os custos da entrega.
Apesar de parecer algo simples, as operações com drones são um pouco mais complexas. Isso porque é preciso profissionais certificados pela ANAC para operar os aparelhos. Os testes feitos pelo iFood utilizaram um drone com seis hélices. No total, o equipamento pesava 10 kg e poderia sobrevoar uma distância de até 5 quilômetros.
A ideia da empresa começou quando, nos Estados Unidos, uma empresa decidiu entregar, por drones, um rim para transplante. A operação, que foi feita com sucesso, inspirou outros setores a utilizarem os drones como forma de entrega. A expectativa da empresa é começar os voos com drones ainda nesse ano.
