Depois de 85 dias sem nenhum reajuste, a facada virá forte a partir de quarta-feira. Isso porque a Petrobrás anunciou um reajuste de 8,89% no preço do diesel nas refinarias.
A alta do Brent e a alta do dólar estão entre os principais motivos.
A alta dos preços
Com o reajuste, o valor do diesel nas refinarias passará de R$2,81 para R$3,06.
De acordo com a Petrobrás, a alta serve para manter o abastecimento do mercado interno e não causar prejuízos na logística e nos serviços que dependem do derivado.
Desde o último reajuste, o petróleo e o dólar subiram, o que impactou diretamente nos custos da empresa, diminuindo gradativamente suas margens de lucro. Apesar disso, o reajuste vem para manter essas margens e fomentar o funcionamento da empresa.
Desde o dia 5 de julho, último reajuste da gasolina, por exemplo, o Brent subiu 2,05%, enquanto o dólar subiu 5,96%, o que pressionou ainda mais os preços nas refinarias.
Apesar disso, Luna e Silva, presidente da Petrobrás, voltou a afirmar que a empresa não repassa os preços de imediato, devido aos ruídos do curto prazo do mercado, contrariando as críticas do presidente do Banco Central.
Os impactos no bolso
O diesel é fundamental para o frete e para o funcionamento da frota de caminhões no geral.
Por isso, um reajuste no combustível faz com que todos os produtos fiquem mais caros. Dessa forma, a prateleira dos supermercados vai pesar mais ainda no bolso do consumidor.
Com uma inflação que pode passar dos 10% ainda esse mês, um aumento nos custos das empresas pode empurrar o IPCA ainda mais para cima, o que já preocupa o mercado desde o meio do ano.
Agora, porém, com as aprovações do Auxílio Brasil e as reformas em andamento, o mercado se vê mais preocupado ainda com os déficits do governo, que devem aumentar com a inflação.
Por isso, o poder de compra deve ficar ainda menor, pressionando um reajuste maior no salário mínimo no ano que vem, o que também aumenta as despesas do Governo Federal.
Conter a inflação deve ser, a partir de agora, a tarefa principal do Ministério da Economia.
Nos investimentos
Por outro lado, para quem investe em títulos atrelados à inflação, a alta do diesel pode dar mais rentabilidade à carteira.
Com o aumento da inflação, CDB e outros títulos de renda fixa atrelados à inflação tendem a subir mais, dando maior retorno em percentual.
Vale lembrar que a taxa de juro real no Brasil está negativa, então quem investe na inflação acaba tendo rendimentos maiores que o CDI.
De qualquer forma, o aumento do diesel não é bom de um modo geral, pois aumenta os custos das famílias e pressiona de forma mais dura aquelas com menor renda.
Um alívio no dólar e a resolução da crise hídrica podem resolver a inflação no Brasil. Só nos resta aguardar.
