Juros no Brasil chegam ao maior nível desde novembro de 2016
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou o 12º aumento consecutivo da taxa Selic na quarta-feira (3). A saber, a taxa corresponde ao juro básico da economia brasileira. Com a elevação de 0,5 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 13,25% ao ano para 13,75% ao ano.
Esse é o maior patamar dos juros básicos no país desde novembro de 2016, época em que a taxa estava em 14,00% ao ano. Isso quer dizer que o país não tinha juros tão altos assim em quase seis anos. A propósito, a decisão veio em linha com as expectativas de economistas.
Para 2022, os analistas do mercado financeiro projetam que a Selic ficará em 13,75% ao ano. Em outras palavras, o juro não deverá subir no país, ainda mais devido à liberação de benefícios sociais por parte do governo e à redução de diversos impostos. Tudo isso deverá aliviar as pressões inflacionárias neste ano, e a Selic deverá dar um descanso e parar de subir.
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Juros altos dificultam a vida do brasileiro
Em primeiro lugar, vale destacar que a pandemia da Covid-19 afundou a economia global em 2020, incluindo a brasileira. Por isso, o Copom decidiu reduzir a Selic no decorrer de 2020, e a taxa caiu para 2,0% ao ano em agosto, mantendo-se assim até março de 2021.
Contudo, a crise sanitária afetou a cadeia produtiva global de diversos setores, o que fez os preços de bens e serviços dispararem em 2021. E a forte demanda impulsionou ainda mais a inflação no ano passado. Isso fez o Copom reverter as reduções e passar a elevar repetidas vezes a Selic em 2021.
Diante desse cenário, quem mais sofre é a população. Em resumo, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.
Dessa forma, a tendência é que haja uma redução da “inflação por demanda”, uma vez que as pessoas passam a comprar menos, pois têm menos dinheiro em mãos. Como a inflação continua elevada, a população vem sofrendo de ambos os lados, com os preços dos produtos e serviços mais altos, bem como os juros, que encarecem várias outras coisas.
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