Crescimento econômico da América Latina deve desacelerar
O primeiro semestre deste ano ficou marcado pelo crescimento econômico dos países da América Latina. A região teve uma leve recuperação na primeira metade de 2022. Contudo, isso não deverá acontecer nos últimos meses deste ano, e as nações locais deverão registrar desaceleração em seu crescimento.
De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), as pressões inflacionárias enfraqueceram as economias da região. Esse fator vem sendo impulsionado pela guerra na Ucrânia, que agrava a cadeia global de suprimentos.
“A exportação de commodities a preços altos favoreceu os países da região no primeiro semestre, mas há uma tendência de que ela se reduza daqui para a frente em razão da acomodação dos mercados”, disse Mario Castillo, chefe da Divisão de Produção e Produtividade da Cepal.
Ele explicou que o conflito no leste europeu afetou os países da região, fazendo os bancos centrais elevarem suas taxas de juros. Isso reduziu o poder de compra do consumidor, desaquecendo a economia.
Ao mesmo tempo, a lenta recuperação da pandemia da covid-19 enfraqueceu ainda mais as economias da região. A título de comparação, o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina cresceu 6,6% em 2021, mas deverá ter um avanço bem mais tímido neste ano, de 2,4%.
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Preços deverão ficar ainda mais elevados
Além disso, os países da América Latina ainda deverão sofrer com os preços elevados de diversos produtos. Em resumo, a inflação se mantém elevada na região desde o ano passado. Com o início da guerra na Ucrânia, a situação se agravou. E a tendência é que os preços continuem elevados.
Em 2021, a América Latina registou uma inflação de 12,6%, excluindo-se a Venezuela. Neste ano, a expectativa é que a taxa inflacionária chegue a 17,1%, bem mais elevada que no ano passado.
Mais uma vez, ao excluir a Venezuela, a Argentina é o país que tem a situação mais crítica na região. Em suma, o nosso vizinho sul-americano deverá registrar uma inflação acima de 90% em 2022. Já para o Brasil, a projeção da Cepal indica uma taxa de 13,8%, bem acima dos 10,1% de 2021.
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