Vendas no comércio caem 1,4% em junho, maior recuo do ano

volume de vendas no varejo brasileiro caiu 1,4%% em junho deste ano, na comparação com maio. A saber, a queda sucede o recuo de 0,4% registrado no mês anterior, ou seja, o setor vem perdendo cada vez mais força no país. Aliás, o recuo é o mais expressivo desde dezembro de 2021 (-2,9%).

Em resumo, o ritmo de vendas do comércio varejista perdeu fôlego com o passar dos meses. A título de comparação, o volume de vendas em janeiro deste ano cresceu 2,3%, mas a taxa desacelerou nos meses seguintes, até subir 0,8% em abril.

Embora o varejo brasileiro tenha registrado o segundo recuo seguido, as vendas acumuladas no primeiro semestre cresceram 1,4%, na comparação com o mesmo período de 2021.

Por outro lado, o volume de vendas do varejo encolheram 0,9% no acumulado dos últimos 12 meses até junho. A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo IBGE e divulgada nesta quarta-feira (10).

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Vendas caem em sete dos oitos segmentos do comércio

De acordo com o IBGE, as vendas do comércio varejista recuaram em sete das oito atividades pesquisadas. A única exceção foi o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, cujas vendas cresceram 1,3% em relação a maio.

A propósito, veja abaixo os resultados das vendas em cada um dos oito segmentos:

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+1,3%);
Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%);
Móveis e eletrodomésticos (-0,7%);
Combustíveis e lubrificantes (-1,1%).
Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,3%);
Equipamentos e material de escritório (-1,7%);
Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,8%);
Tecidos, vestuários e calçados (-5,4%).

“A atividade de hiper e supermercados teve uma influência importante da inflação ao longo do primeiro semestre do ano. Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

“De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita. Isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo”, acrescentou.

Por fim, Santos explicou que o setor de tecidos, vestuários e calçados tombou em junho. No entanto, nos últimos meses, o setor registrou altas, devido à “nova estratégia adotada por essas empresas de também se lançar no comércio eletrônico, de fazer vendas virtuais de forma mais forte do que se fazia antigamente, já que, nesse setor, experimentar um produto antes de comprar é muito importante”.

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