Tripé macroeconômico: entenda o que é
O ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, estipulou o tripé macroeconômico em 1999.
A medida serve para dar mais confiança à economia brasileira, mas seus entraves são vistos até hoje.
O que é o tripé?
O tripé macroeconômico é composto por três frentes: câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal.
Na prática, estipula-se meios para conter a inflação e para deixar no verde as contas do governo, que são chamadas de balanço de pagamentos.
Para isso, cada um dos três componentes atua de uma forma distinta, de modo a dar mais estabilidade na economia.
O tripé só foi possível após a adoção do Plano Real, dado que antes a inflação no Brasil era elevada e oscilava bastante.
Câmbio flutuante
Quando você vê na Internet que “o dólar fechou cotado a R$5,23”, por exemplo, é um indício claro do tripé macroeconômico.
Isso porque nele, a oferta e a demanda pela moeda brasileira é quem define o “preço” do real, em dólares.
Por isso, quanto mais os investidores buscarem o Brasil, e quanto mais o turismo por aqui for incentivado, mais barata fica a moeda, baixando a cotação.
Por outro lado, se os investidores têm medo de vir para cá, ou se as pessoas pararem de viajar para o Brasil, o dólar sobe, desvalorizando o real.
Dessa forma, como é o mercado que define a cotação, há uma maior confiança no preço das moedas, o que gera mais segurança aos investidores internacionais.
Meta de inflação
Todo ano, o Banco Central define uma taxa de inflação saudável para a economia. É mais uma frente do tripé macroeconômico.
Isso porque essa definição busca dar mais previsibilidade aos investidores quanto à economia brasileira.
Além disso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) também estipula um piso e um teto de inflação, que ficam 1,5% abaixo e acima da meta, respectivamente.
Para regular a inflação e buscar respeitar as taxas decididas, o Banco Central usa a taxa Selic para controlar a inflação. Por isso, um aumento da inflação puxa um aumento da taxa básica de juros, e vice-versa.
Hoje a inflação está acima do teto e a Selic está em alta.Hoje a inflação está acima do teto e a Selic está em alta.
Meta fiscal
Enquanto nas outras frentes do tripé macroeconômico o Executivo é responsável, nessa frente as responsabilidades caem sobre o Legislativo (Câmara e Senado).
A meta fiscal busca deixar as contas do governo no verde, arrecadando mais que recebe. Para isso, as contas do governo devem ser auditáveis e de fácil acesso.
Antes do tripé, governadores, prefeitos e presidentes podiam pegar empréstimos ilimitados, deixando a conta para quem chegasse depois.
Em 2016, o Congresso aprovou o Teto de Gastos, que é um mapa para os gastos. O Teto decide quanto o governo gasta em cada área de atuação.
É por isso que a questão dos precatóriosquestão dos precatórios é tão discutida por aqui: um aumento em gastos obrigatórios diminui o dinheiro para gastos em benefícios extras à sociedade.
O tripé macroeconômico traz mais confiança externa ao Brasil, mais credibilidade ao mercado e uma maior previsão do câmbio, tornando o país um terreno ideal para investimentos, na teoria.