Existem alguns termos da economia que são utilizados quase que diariamente por políticos e especialistas da área, principalmente quando estão fazendo algum tipo de análise para uma mídia de comunicação. Um desses termos é o tripé macroeconômico, que reúne algumas das principais características da economia brasileira desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Nesse sentido, entender o que é o tripé macroeconômico é fundamental para entender o funcionamento da economia brasileira. Com isso, este artigo trará as principais informações sobre este termo amplamente utilizado por especialistas da área.
O que é o tripé macroeconômico?
O conceito é um conjunto de três pilares que buscam sustentar a condução da política econômica brasileira: câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal. Foi criada em 1999 pelo então presidente do Banco Central, Armínio Fraga, com o intuito de combater a crise fiscal que o país enfrentava.
Dessa forma, esses fundamentos estabelecem regras que ditam o funcionamento da economia brasileira, afetando virtualmente, de forma direta ou indireta, todas as decisões relacionadas à economia brasileira.
Com isso, a definição mais conhecida do tripé macroeconômico foi dada pelo próprio Armínio Fraga, em uma entrevista ao programa Roda Viva, em 14 de junho de 1999, quando ainda era presidente do Banco Central.
“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função diferente da função que ela tinha antes. Antes o Governo dizia para a taxa de câmbio: ‘Você toma conta da inflação’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você toma conta do balanço de pagamentos’, que é um regime de taxa de câmbio fixa. Hoje, nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos dizendo para a taxa de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e para taxa de juros: ‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona sem uma boa política fiscal.
A relação entre os itens
Ao afirmar que uma moeda é precificada pelo regime de câmbio flutuante, isso significa que seu preço é determinado pela oferta e demanda. Com isso, a taxa de câmbio de real depende exclusivamente do quanto o mercado internacional busca a moeda brasileira em relação às outras. Se o interesse por investir no Brasil aumenta, o real aumenta, caso contrário, se aumenta a procura por outras moedas, o real diminui.
Por outro lado, o segundo item do tripé macroeconômico, a meta da inflação serve como referência para acompanhar o avanço dos preços medidos pelo IPCA, índice oficial de inflação do país. A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para que a inflação esteja dentro da meta, o Banco Central se reúne periodicamente para definir se diminui ou aumenta a taxa de juros, a depender da situação econômica do país.
Caso o país esteja enfrentando aumento dos preços, é necessário elevar a taxa Selic para diminuir a oferta de crédito, do contrário, a taxa Selic é elevada para expandir a oferta de crédito e aquecer a economia brasileira.
Por fim, a meta fiscal é definida pelo governo e Banco Central através da Lei Orçamentária Anual (LOA). Resumidamente, a meta fiscal é a regra que limita o quanto o governo pode gastar por ano em serviços públicos, investimentos, pagamento de salários e despesas. O objetivo é que o Executivo atinja superávit primário, ou seja, que a arrecadação seja maior que o gasto público, garantindo o bom funcionamento do tripé macroeconômico.
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