A taxa de juros do cartão de crédito rotativo alcançou 417,35% ao ano em fevereiro, a maior desde agosto de 2017, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
Essa modalidade de crédito emergencial é utilizada pelos consumidores quando não conseguem pagar o valor total da fatura no dia do vencimento.
Para contornar essa situação, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), está em busca de soluções junto às instituições financeiras para diminuir a taxa de juros do crédito rotativo no cartão de crédito.
Haddad se reuniu com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta segunda-feira, 17 de abril, em Brasília-DF.
Haddad enfatiza que o modelo atual do crédito rotativo prejudica significativamente a população de baixa renda. Grande parte dos indivíduos com registros no Serasa possuem dívidas relacionadas ao cartão de crédito.
Ele ainda acrescenta que as pessoas têm dificuldade em se livrar do rotativo. Portanto, é necessário encontrar uma solução, assim como foi feito para reduzir as taxas de juros dos empréstimos consignados para aposentados.
De acordo com o Ministro, a redução dos juros do rotativo é uma das 14 ações planejadas pelo governo para facilitar o acesso ao crédito. O pacote deve ser anunciado em breve. Os bancos devem entregar estudo sobre o juro rotativo do cartão de crédito.
Dentre as medidas, está o programa Desenrola, promessa de campanha de Lula para renegociar as dívidas dos brasileiros. Através dessa iniciativa, os credores oferecerão descontos para pessoas com CPF negativado quitarem seus débitos.
Taxa de juros rotativo
Os juros do crédito rotativo é uma taxa de juros aplicada quando você não paga o valor total da fatura do seu cartão de crédito até a data de vencimento.
O crédito rotativo é uma modalidade de financiamento que permite ao titular do cartão pagar apenas uma parte da fatura e financiar o restante do saldo devedor para o próximo mês.
Quando você faz isso, o saldo devedor restante é “rotativo” e o banco ou instituição financeira cobra juros sobre esse valor. Esses juros tendem a ser bastante altos e podem variar dependendo da instituição e do tipo de cartão de crédito que você possui.
Para evitar o pagamento de juros do crédito rotativo, é aconselhável pagar o valor total da fatura do cartão de crédito até a data de vencimento.
Se não for possível pagar o valor total, tente pagar o máximo possível e buscar outras opções de financiamento com taxas de juros mais baixas, como empréstimos pessoais ou parcelamentos, para quitar a dívida do cartão.
Taxa de juros e endividamento
O endividamento das pessoas pelo uso de cartão de crédito é uma preocupação crescente, pois pode levar a dificuldades financeiras e impactar negativamente a qualidade de vida.
De acordo com o Banco Central do Brasil, em 2021, o volume de operações de crédito no Brasil com cartão de crédito rotativo chegou a aproximadamente R$ 38,3 bilhões.
O SPC Brasil e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram em 2021 que cerca de 47,4% dos consumidores com dívidas no Brasil possuíam dívidas relacionadas a cartão de crédito.
Causas comuns aumento taxa de juros no cartão de crédito
Falta de controle financeiro: A falta de planejamento financeiro pode levar as pessoas a gastarem mais do que podem pagar, gerando dívidas no cartão de crédito.
Despesas inesperadas: Eventos imprevistos, como emergências médicas ou desemprego, podem levar os indivíduos a depender do cartão de crédito para cobrir despesas.
Taxas de juros elevadas: Quando os titulares de cartão de crédito não pagam o valor total da fatura até a data de vencimento, eles incorrem em juros do crédito rotativo, que costumam ser bastante altos, agravando ainda mais a dívida.
Pagamento mínimo: Pagar apenas o valor mínimo da fatura contribui para o endividamento, pois os juros continuam sendo aplicados sobre o saldo devedor restante, aumentando a dívida ao longo do tempo.
Exemplos taxa de juros
Suponha que uma pessoa tenha um saldo de R$ 1.000,00 em seu cartão de crédito e não consiga pagar o valor total da fatura. Se a taxa de juros do rotativo for de 10% ao mês e o titular pagar apenas o valor mínimo, após um mês, o saldo devedor aumentará para R$ 1.100,00. Se essa situação persistir, a dívida pode crescer rapidamente e se tornar insustentável.
Outro exemplo envolve pessoas que possuem múltiplos cartões de crédito e realizam o chamado “rodízio de dívidas”. Ou seja, utilizam um cartão para pagar a dívida do outro, criando um ciclo vicioso de endividamento.
É importante lembrar que a educação financeira e o planejamento são cruciais para evitar o endividamento com cartão de crédito. Adotar hábitos como a criação de um orçamento, monitoramento de gastos e pagamento integral da fatura são medidas eficazes para manter as finanças sob controle.
