Servidores do BC decidem manter greve por tempo indeterminado
Os servidores do Banco Central (BC) realizaram uma nova reunião no final da tarde desta terça-feira (31) e decidiram manter a greve da categoria por tempo indeterminado. Dessa forma, os trabalhadores do órgão seguem sem uma data de retorno às atividades neste momento. A decisão dos empregados do BC se tornou mais uma preocupação para o Governo Federal.
Logo depois da reunião, o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC, Fábio Faiad, disse que a manutenção da paralisação foi aprovada por 85% dos votos válidos dos servidores. Nesse sentido, é possível afirmar que a grande maioria dos trabalhadores da área não aceitou os novos termos do Governo Federal e decidiu manter a paralisação.
A greve dos servidores do Banco Central teve início ainda no último dia 1º de abril. Entretanto, ela não foi contínua, isto é, neste meio tempo a paralisação deu uma trégua. No último dia 20 de abril, os servidores decidiram voltar ao trabalho depois de uma rodada de negociações com o Governo. No entanto, eles voltaram à greve logo no dia 2 de maio.
Os servidores pedem uma série de pontos. O principal deles é a questão do reajuste salarial de 27% para a categoria. Eles alegam que este seria o índice ideal para repor a inflação acumulada durante os anos em que os trabalhadores do BC não tiveram nenhum tipo de reajuste do Governo Federal. Além disso, eles também pedem uma reestruturação de carreira.
Vale lembrar que a greve dos servidores do BC causou problemas em uma série de atividades e serviços realizados pelo funcionalismo federal. A segunda fase do processo de consulta aos valores esquecidos, por exemplo, está travada. O plano inicial era começar o procedimento no último dia 2 de maio, mas nada aconteceu até aqui.
A história
Ainda no final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que pagaria um reajuste para os policiais federais. A sinalização do chefe do executivo não pegou bem para os servidores de outras categorias, que também estavam sem aumentos no salário há alguns anos.
Diante da negativa do Governo, parte dos servidores decidiu realizar paralisações e greves. Em geral, todos eles pedem reajustes no salário, melhorias nas condições de trabalho, estruturação de carreira e realização de concursos públicos.
O que o Governo sugere
Diante da movimentação grevista de alguns setores, o Governo passou a agir para tentar diminuir a frustração destes servidores. Há pouco mais de três semanas, o Ministério da Economia sinalizou que poderá pagar um aumento linear para todo mundo.
O reajuste seria de 5% e passaria a atender todas as categorias, e não apenas os policiais federais. O reajuste é menor do que o Governo vinha prometendo para os agentes de segurança, mas alguns setores aceitaram a proposta.
As greves
Não foi o caso dos servidores do Banco Central. Como dito, mesmo depois da sinalização do Governo de pagar 5% de forma linear para todos os usuários, os trabalhadores decidiram seguir em greve por tempo indeterminado.
Por outro lado, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram pôr fim ao seu movimento grevista. A paralisação dos trabalhadores durou quase dois meses. Eles voltaram ao trabalho na última segunda-feira (23).