‘Sem-vergonhas’ serão RETIRADOS do Bolsa Família, diz economista do novo governo

A economista Tereza Campello, integrante da equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou, em entrevista ao Estadão, que o novo presidente irá retirar do Bolsa Família aqueles que classificou de “sem-vergonhas”.

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Pente fino no Bolsa Família

Campello, que foi ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff (PT), esclarece que o Auxílio Brasil vai voltar a se chamar Bolsa Família.

De acordo com ela, pessoas que não poderiam receber o benefício, ainda assim foram contempladas.

“A legislação é clara: as pessoas não podiam estar recebendo. Estamos conversando com os municípios. Esse povo vai bater na porta da prefeitura quando o recurso for bloqueado. Serão filas enormes no início do governo Lula com muita gente pobre, mas também muita gente sem vergonha. Queremos tirar os sem-vergonha”, pontuou a economista.

Ainda mais, Campello diz que a regularização do cadastro “vai dar muito trabalho”.

“Tem um monte gente que entrou que não faz parte da população pobre ou desinformada. Tem gente com má fé”.

Segundo ela, que coordena o Grupo de Trabalho de Assistência Social, em meio a pessoas má intencionadas, também houve casos de quem foi induzido ao erro.

“Não é que as pessoas tentaram fraudar, mas o modelo que eles implantaram induz as famílias a se cadastrarem por adulto. Se tem dois adultos na mesma casa, se cadastram os dois. O certo seria uma família, como era no Bolsa Família”.

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Mudanças no Auxílio Brasil

Como veiculado aqui no Brasil 123, a economista Tereza Campello já tinha sinalizado que o governo eleito faria mudanças no Auxílio Brasil:

“Não vamos fazer alterações bruscas. O presidente vai assumir, chamar prefeitos, chamar a rede de assistência social, conversar com a sociedade para retomar esse processo de reconstrução do Bolsa Família, seja do ponto de vista da equidade, olhando a composição da família. Agora, as condicionalidades, vamos retomar imediatamente”, afirmou, na ocasião.

Vale lembrar que quando o Auxílio Brasil foi implementado no final de 2021, deixou de exigir a comprovação de vacinação infantil e de frequência escolar.

Assim, a versão que será retomada deverá reincorporar iniciativas como essas e também levar em conta a estrutura familiar, como, por exemplo, se é um homem que mora sozinho ou se é uma mulher com crianças, mas sem cônjuge ou companheiro.

“Hoje um homem que mora sozinho e uma mãe com duas crianças com menos de três anos de idade ganham a mesma coisa, R$ 600. Um ganha R$ 600 per capita e outro R$ 200 per capita”, disse.

“Precisamos retomar esse desenho [do Bolsa Família], garantir mais equidade”, complementou.

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