O mercado de trabalho brasileiro continua se recuperando dos fortes impactos provocados pela pandemia da covid-19 nos últimos anos. Os dados atualizados mostram que o país está criando mais vagas formais, reduzindo a taxa de desemprego.
No entanto, um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou a precarização do emprego no país. Em resumo, o aumento da empregabilidade está se concentrando em vagas de baixa escolaridade.
De acordo com o Dieese, esse cenário “revela um mercado de trabalho empobrecido e com poucas perspectivas de ascensão para os trabalhadores”. E isso está acontecendo devido ao aumento das vagas que exigem menor grau de escolaridade e acabam pagando salários menores.
A saber, o levantamento utilizou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE
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Trabalhador de ensino superior está ganhando menos
O levantamento do Dieese mostrou que o rendimento dos trabalhadores de ensino superior recuou em relação ao ano passado. Em suma, os profissionais com esta escolaridade viram o seu rendimento cair 5,6% na comparação com 2021, seguidos pelos ocupados com ensino médio incompleto ou equivalente (-1,8%).
Por outro lado, o rendimento dos profissionais sem instrução e com menos de um ano de estudo cresceu 3,2% em relação a 2021. Já aqueles ocupados que possuem ensino fundamental completo ou equivalente tiveram uma alta média de 0,8% do seu rendimento em um ano.
“A ocupação, portanto, tem crescido, apesar da retomada lenta da atividade econômica pós-pandemia, mas a expansão ocorre em posições que exigem menos qualificação formal”, explicou o Dieese.
“O mercado de trabalho vai se precarizando não somente no estabelecimento de vínculos de trabalho sem proteção trabalhista ou social, mas também por meio da geração de empregos pouco complexos e pela perda de rendimentos”, acrescentou o boletim da entidade.
Por fim, o Dieese também afirmou que “o aumento da escolarização da população, visto na última década, tem sido pouco aproveitado pelo mercado de trabalho nessa retomada da atividade econômica”.
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