Quase metade dos reajustes salariais fica abaixo da inflação em agosto

Os trabalhadores do país ainda enfrentam muitos desafios em 2022. A saber, a inflação anual chegou a 8,73% em agosto, ficando abaixo dos últimos resultados. Contudo, mesmo com os recentes recuos, os reajustes salariais seguem com variações bem mais tímidas no país.

De acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas 27,5% dos acordos e convenções coletivas realizados até final de setembro superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A propósito, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país.

Por outro lado, 49% dos reajustes salariais deste ano ficaram abaixo do INPC. Isso quer dizer que quase metade das negociações ofereceram menor poder de compra ao trabalhador. E a situação do brasileiro é ainda mais difícil porque os juros estão no maior nível desde novembro de 2016.

Ainda segundo Dieese, os 23,5% das negociações restantes ficaram iguais ao INPC. Com isso, “a variação real média dos reajustes salariais de agosto foi de -0,28%”, disse o Dieese, ou seja, os trabalhadores do país tiveram perda salarial no mês passado.

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Metade dos reajustes no setor de serviços ficou abaixo do INPC

No acumulado do ano até agosto, a indústria teve o maior número de reajustes acima da inflação do país, chegando a 26,2% do total dos reajustes. Em contrapartida, as negociações abaixo do INPC totalizaram 33,7%, enquanto 40,1% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.

Por sua vez, apenas 16,9% dos reajustes do comércio superaram a inflação nos sete primeiros meses deste ano. As negociações que ficaram iguais ao INPC somaram 52,0%, e os 31,1% dos reajustes restantes ficaram inferiores ao índice.

Contudo, o destaque negativo nesse período foi o setor de serviços. Em suma, 51,6% dos reajustes ficaram abaixo da inflação, ou seja, mais da metade dos trabalhadores do setor viram o seu poder de compra cada vez menor. A saber, 30,6% das negociações foram iguais ao INPC, enquanto 17,8% superaram a inflação.

Por falar nisso, o INPC acumula expressiva alta de 8,83% em 12 meses até agosto. O índice se refere às famílias que têm rendimento mensal de um a cinco salários mínimos.

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