Presidente do BC planeja criação do PIX Internacional com países da América Latina

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), disse estar discutindo um projeto com pelo menos quatro países latino-americanos, sendo eles Uruguai, Colômbia, Equador e Chile, para criar uma modalidade do sistema de pagamentos instantâneos, o Pix Internacional.

Desse modo, segundo o chefe da autarquia monetária, a ideia é formar um “bloco” de pagamento instantâneo na América Latina, com infraestrutura nos moldes do PIX, buscando resolver as problemáticas apresentadas nos pagamentos transfronteiriços.

Sobre o Pix

Lançado no dia 5 de outubro de 2020, para o cadastramento de chaves, cerca de 9 milhões de brasileiros abriram contas bancárias para utilizar o Pix. Como resultado, até dezembro de 2022, o sistema contava com mais de 141 milhões de usuários cadastrados e 550 milhões de chaves registradas (CPFs/CNPJs, e-mails, celular e sequências aleatórias). 

Vale destacar que, conforme dados divulgados pelo banco Central, o Pix movimentou cerca de R$ 10,9 trilhões somente no ano passado.

Falas de Campos Neto

Durante o evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília, Campos Neto afirmou que o Banco Central brasileiro está buscando formas de concretizar o Pix Internacional.

“Estamos pensando em como fazer o Pix Internacional. Alguns países da América Latina já estão discutindo conosco como eles vão adotar o Pix. Achamos que vai ter um bloco. Você viaja entre os países e faz o pagamento automático. Assim, se resolve o problema do pagamento transfronteiriço”.

“Acho que isso é uma forma de unificar o bloco, sem necessidade de falar em termos de moeda (única). Se a gente tem um pagamento instantâneo, já unificado, nós já fazemos o trabalho de pagamento transfronteiriço”, complementou. 

Complicações do Pix Internacional

Diferente do que os brasileiros estavam acostumados, o Pix trouxe a possibilidade de transferir dinheiro a qualquer hora do dia, sem cobrança de taxas entre as instituições financeiras.

Desse modo, a possibilidade de realizar transações bancárias internacionais, de forma mais barata e rápida, trata-se de uma excelente notícia. Contudo, é importante destacar que a execução do Pix Internacional possui suas complicações técnicas, a saber: 

Conversões cambiais que funcionem de forma instantânea;
Padrão de segurança no tratamento de dados entres as instituições financeiras;
Linguagem global que compreenda as diferentes formas de pagamento;
Criação de um conjunto de diretrizes e normas técnicas operacionais que permitam ao Banco Central de qualquer país se conectar e realizar o Pix Internacional.

Real digital

Durante o evento, o BC revisou a agenda tecnológica da autoridade monetária, composta por três fases iniciais, a saber: Pix, Open Finance e Real Digital. Assim, segundo a fala de Campos Neto, o Real Digital desenvolvido pelo BC será utilizado como extensão das cédulas físicas e substituto das operações eletrônicas, e entrará em vigor até o final do ano que vem.

Além disso, vale ressaltar que, desde dezembro de 2021, o Banco Central trabalha com o setor privado em uma espécie de “laboratório” para desenvolver o projeto de uma versão virtual da moeda brasileira.

“No mês que vem já vamos ter um piloto funcionando. Um piloto da moeda digital. O Brasil vai ser um dos primeiros países do mundo e vamos avançar com o piloto, na medida em que garantirmos a segurança (do modelo). A ideia é ter algo funcionando no máximo no final de 2024”, pontuou.

Em suma, o presidente do BC acredita que o lançamento do Pix Internacional, bem como do Real Digital, serão os principais responsáveis por fomentar novos negócios, dentro e fora do Brasil.

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