Presidente do BC afirma que trabalhará da ‘melhor maneira possível’
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que irá trabalhar “na melhor maneira possível” com o governo Lula. A declaração ocorreu durante uma conferência em Madri, na Espanha, na quinta-feira (3).
Nos últimos dias, diversas personalidades, que terão alguma relação com o novo governo, estão fazendo declarações. Em resumo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu mais de 60 milhões de votos e venceu as eleições presidenciais, derrotando Jair Bolsonaro (PL).
Por falar nisso, foi Bolsonaro quem indicou Campos Neto à presidência do BC, no final de 2018. De acordo com a lei em vigor, o mandato do presidente do BC é de quatro anos, ou seja, Campos Neto seguirá no comando da entidade financeira até dezembro de 2024.
Isso quer dizer que o atual presidente do BC continuará no comando nos dois primeiros anos do governo Lula. Por isso que ele fez declarações sobre a cooperação com o novo governo, que terá início em janeiro de 2023.
“Nós temos uma agenda digital que está promovendo inclusão no setor financeiro, que está promovendo competição no sistema bancário, e eu trabalharei com o novo governo na melhor maneira possível para que possamos atingir essas coisas que, eu acho, serão melhores para a população brasileira”, disse Campos Neto.
Vale destacar que o atual presidente do BC afirmou que não pretende ser reconduzido ao cargo ao final do seu mandato.
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BC continua atento à inflação no Brasil
Durante o evento, Campos Neto destacou que o BC continua atento à inflação no Brasil. Segundo ele, ainda há “uma luta importante” para controlar o aumento dos preços no país. “Precisamos achar um jeito de o país crescer de uma maneira sustentável”, disse.
A saber, o Copom elevou 12 vezes consecutivas a taxa básica de juros do país, a Selic. Em síntese, essa foi a maior sequência de elevações da taxa Selic em 23 anos, e aconteceu de março de 2021 a agosto de 2022.
O BC se reúne a cada 45 dias para definir os rumos da política monetária do país. Nos dois últimos encontros, realizados em setembro e outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa Selic estável, em 13,75%. Esse é o maior patamar desde novembro de 2016 (14% ao ano).
Por fim, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. E isso ajuda a segurar a inflação.
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