Preço dos alimentos tem comprometido renda de brasileiros
A cada ano que passa, ir as compras tem sido uma tarefa que faz o bolso do consumidor brasileiro ficar cada vez mais vazio, principalmente nos últimos três anos. Consumidores estão tendo que fazer o possível e o impossível para garantir que a cesta de alimentos caiba no orçamento familiar e que esta também dure, ao menos, todo o mês.
O principal motivo da dificuldade ao realizar compras é o fato da renda dos trabalhadores não estarem acompanhando a alta de preços de alimentos. Ainda que, por diversas vezes, o salário dos brasileiros estejam sendo corrigidos pela inflação, a defasagem se mantém, dado que o preço dos alimentos tem subido acima da inflação, desde principalmente o início da pandemia.
Por exemplo, no período entre outubro de 2019 e outubro de 2022, o salário médio do brasileiro teve alta de 19,68%, subindo de R$2301 para R$2754. Contudo, neste mesmo período, os alimentos tiveram alta de 41,5%, ou seja, mais que o dobro da alta do salário dos brasileiros.
Nesse sentido, dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostraram que, em outubro de 2019, 43,8% do salário mínimo dos brasileiros eram gastos com a compra da cesta básica. Já em 2022, o comprometimento do salário mínimo com a cesta básica saltou para 58,78%.
Alta dos alimentos mudam ceia do brasileiro
Ter uma mesa farta para a Ceia de Natal é uma tradição dos brasileiros. Contudo, com a alta dos alimentos, consumidores vem retirando alguns produtos da ceia para dar prioridade a compra de outros. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). Os dados apontarem que os preços dos itens relacionados ao Natal sofreram variação de 11,03% entre dezembro de 2021 e novembro de 2022.
Para efeito de comparação, a inflação acumulada neste mesmo período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), foi de 4,3%. Sendo assim, os alimentos relacionados ao natal sofreram uma alta de quase três vezes a inflação no mesmo período.
Nesse sentido, os alimentos que sofreram a maior alta neste período foram:
Cebola – 167,66%;
Frutas – 38,82%;
Farinha de Trigo – 30,00%;
Maionese – 29,93%;
Batata inglesa – 29,92%;
Ovos – 20,08%;
Leite longa vida – 18,75%.
Ainda, de acordo com a FGV, o único item da Ceia de Natal que ficou mais barato em 2022, em relação ao ano passado, foi o arroz, tendo uma queda de 1,63% no período de 12 meses. Alguns itens tiveram uma variação positiva menor, como o lombo (0,13%), o pernil (0,64%), que também são itens bastante tradicionais na ceia de natal, diminuindo a pressão sobre a renda da população.
Dessa forma, para fazer com que a Ceia de Natal, neste ano, caiba no orçamento, especialistas vem indicando aos consumidores buscarem pelos melhores preços de alimentos nos mais diversos mercados. Além disso, é também aconselhado dar prioridade aos principais itens da ceia, deixando de lado aqueles que basicamente servem para compor a montagem da mesa. Buscar melhores métodos de pagamento, como parcelamento sem juros, também é uma boa opção, desde que utilizados com inteligência e não gerando uma bola de neve em dívidas no futuro.
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