Preço das passagens aéreas dispara em maio e pressionam inflação
A inflação no Brasil variou 0,47% em maio, taxa bem inferior a de abril (1,06%). Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram taxas superiores a registrada no mês anterior. E os principais destaques desses aumentos foram as passagens aéreas, cujos preços saltaram 18,33% em relação a abril.
Em resumo, estes dados se referem ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (9).
De acordo com o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, a disparada dos preços das passagens aéreas aconteceu devido ao aumento dos combustíveis. Embora o item esteja bem elevado, os preços podem subir ainda mais agora em junho.
“Vale fazer uma ressalva de que a coleta das passagens aéreas é feita dois meses antes. Neste caso, os preços das passagens aéreas foram coletados em março para viagens que seriam realizadas em maio”, explicou Kislanov.
“A alta deve-se a dois fatores: elevação dos custos devido ao aumento nos preços dos combustíveis; e pressão de demanda, com o aumento do consumo, após um período de demanda reprimida por serviços, especialmente aqueles prestados às famílias. Isso impacta, também, alimentação fora do domicílio e itens de cuidados pessoais”, acrescentou.
A propósito, a Petrobras promoveu um novo reajuste no querosene de aviação (QAV) na semana passada. Isso quer dizer que os preços das passagens, que já estão altos devido ao reajuste anterior do combustível, deverão subir ainda mais neste mês.
Produtos farmacêuticos também têm forte alta em maio
Segundo a pesquisa, as passagens aéreas exerceram um impacto de 0,08 ponto percentual no IPCA em maio. Essa é a mesma influência dos produtos farmacêuticos, que subiram 2,51% e impulsionaram o grupo saúde e cuidados pessoais, que variou 1,01% no mês.
Em suma, os produtos farmacêuticos estão mais caros devido a um reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, solicitado em abril deste ano. A saber, o reajuste pode ter sido aplicado pelos varejistas de forma gradual, por isso que o item teve variações firmes tanto em abril quanto em maio.
Aliás, a variação dos produtos farmacêuticos foi bem menor que a das passagens aéreas. Contudo, o item exerce um impacto bem mais forte no IPCA, o que explica a mesma influência exercida por ambos os itens.
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