PIB cresce 1% no primeiro trimestre, o que isso impacta para o brasileiro?

Na última quinta-feira (26), o IBGE divulgou os dados do Produto Interno Bruto brasileiro para o primeiro trimestre de 2022. Segundo os dados publicados, o PIB brasileiro cresceu 1% neste primeiro trimestre ao ser comparado com o quarto trimestre do ano passado, sendo, inclusive, um crescimento maior que nos dois últimos trimestres de 2022.

De acordo com economistas, a alta foi bateu aproximadamente a média das projeções dos analistas da Bloomberg era de 1,2%. O resultado também veio na mediana das estimativas de 82 consultorias e bancos ouvidos pelo Valor Econômico, que indicavam crescimento de 1%. De acordo com o IBGE, com essa alta, o PIB atingiu o mesmo patamar do segundo trimestre de 2003.

A alta foi puxada pelo setor de serviços (1%), bastante influenciada pela maior reabertura da economia brasileira depois de 2 anos de pandemia da Covid-19. Atualmente, o setor de serviços representa 70% do PIB do país e tiveram a maior parte de suas atividades tiveram suas demandas reprimidas pela pandemia.

Nesse sentido, somente o setor de serviços teve alta no período. A agropecuária teve queda de 0,9% e a indústria ficou estável, variando apenas 0,1%. Agora, o PIB está 1,6% acima do patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia.

Perspectivas para o PIB e a atividade econômica

O crescimento do PIB, embora não seja algo “grande”, indica melhorias em outros indicadores. Por exemplo, o desemprego caiu de 11,1% para 10,5%, chegando ao patamar mais baixo desde o início de 2016, embora a quantidade de desempregados ainda seja alta. A diminuição no desemprego foi puxada principalmente pela retomada do setor de serviços.

Contudo, com o aumento de casos de covid, há uma preocupação com novas restrições que possam afetar o setor e, assim, diminuir a atividade econômica. Um outro ponto é que são atividades consideradas mais “precárias” que da indústria, e, com isso, a renda dos trabalhadores caíram 7,9% em apenas um ano.

Um outro fator de preocupação é a inflação, que, com o aumento de 12% em doze meses e perspectiva de um número acima de 8% para o final do ano, derruba ainda mais o poder de compra dos trabalhadores, visto que muitas vezes os reajustes não acompanham a inflação.

Além disso, uma parte do trimestre não sofreu com a guerra entre Ucrânia e Rússia, que impactou fortemente os mercados, assim como o lockdown de 2 meses em Xangai devido a covid-19, um dos principais centros econômicos mundiais. Sendo assim, para o segundo trimestre, pode haver impactos negativos para o PIB.

Nesse sentido, na prática, para os brasileiros, existe uma percepção de piora na qualidade de vida, muito embora o PIB tenha aumentado. Como o crescimento do PIB foi pautado basicamente no setor de serviços, é inviável pensar que o país continuará com a atividade econômica em crescente apenas pela ótica do consumo, visto que a renda está em constante queda.

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