Onde investir o seu dinheiro no 2º semestre de 2021?
Você sabe onde investir o seu dinheiro agora no 2° semestre de 2021, gerando uma renda para o próximo ano?
Desde meados de 2019, quando a taxa Selic iniciou seu último ciclo de baixa, a renda fixa vinha perdendo atratividade e passando de queridinha dos investidores brasileiros a mal necessário na carteira.
Embora ainda houvesse oportunidades aqui e ali na renda fixa prefixada ou atrelada à inflação, em geral os retornos ficaram baixos, especialmente na renda fixa pós-fixada, aquela cuja rentabilidade é atrelada à Selic ou ao CDI.
Mas depois de sete meses estacionada na antes inacreditável mínima histórica de 2% ao ano, a taxa básica de juros engatou novo ciclo de alta.
Onde investir no segundo semestre
As tônicas para o segundo semestre são, basicamente, se posicionar para surfar a alta da Selic e continuar se protegendo da inflação. O mercado vem revisando as expectativas para ambos os indicadores no fim do ano, e já espera uma Selic em 6,50% ou até 7,00% e um IPCA em quase 6% ao final de 2021.
Pós-fixados
Para ganhar com a alta dos juros, alguns títulos atrelados ao CDI aparecem como alternativa interessante.
Já entre os investimentos menos conservadores, os fundos de crédito privado aparecem entre as indicações de Rodrigo Eboli, portfolio manager da gestora de fortunas Brainvest.
Esses fundos investem em títulos como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e títulos bancários (como as Letras Financeiras), que podem ser atrelados ao CDI ou pagar uma taxa prefixada mais a variação de um índice de inflação. Em geral, porém, sua meta é pagar um prêmio sobre o CDI.
Títulos públicos indexados à inflação
Com a inflação ainda pressionando, proteger-se do dragão é fundamental. Até porque as tensões e volatilidade devem continuar no ano que vem.
Assim, os títulos que pagam uma taxa prefixada mais a variação de um índice de preços aparecem como alternativas interessantes: a indexação protege o investidor das pressões inflacionárias, e a parte prefixada faz com que os títulos se valorizem em caso de queda dos juros futuros.
Entre os títulos públicos – os chamados Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B).
ETF de renda fixa (IMA-B)
Uma boa alternativa para se expor às NTN-B é por meio do investimento em ETF de renda fixa, fundos de índice que acompanham os indicadores de renda fixa da Anbima, os IMAs.
Atualmente, há três tipos de ETF de renda fixa na B3. O IMAB11 e o IMBB11 acompanham o IMA-B, índice que mede o desempenho de uma cesta de NTN-B de vários vencimentos; o IB5M11 e o B5MB11 seguem o IMA-B5+, composto por NTN-B de prazos maiores que cinco anos; e o B5P211, que acompanha o IMA-B5 P2, composto por NTN-B de prazos inferiores a cinco anos.
Por investirem em uma cesta de títulos diversificada e calibrada pela própria Anbima, essa forma de investir dispensa o investidor de escolher os títulos; além disso, não há o spread para venda antecipada que costuma haver no Tesouro Direto, e as taxas se aproximam da taxa de custódia dos títulos públicos. Assim, o investimento via ETF é potencialmente até mais vantajoso que a aplicação direta nos papéis.
Debêntures incentivadas
Esses papéis costumam também ser atrelados a índices de preços, como o IPCA e o IGP-M, apresentando proteção contra a inflação, mas suas taxas prefixadas são superiores às das NTN-B.
Os fundos de debêntures incentivadas são uma alternativa para quem não tem tempo de analisar os papéis ou recursos suficientes para investir nos títulos diretamente.
Contudo, além de cobrar taxa de administração, esses fundos têm liquidez reduzida. Após o pedido de resgate, eles costumam levar de 30 a 60 dias para liberar os recursos na conta do cotista.
A exceção fica por conta dos fundos de debêntures incentivadas com cotas negociadas em bolsa, que dispõem de uma transparência superior e liquidez diária.