IPCA desacelera, mas está em patamares altos
O índice oficial da inflação brasileira, o IPCA, fechou o mês de agosto com alta de 0,87%. Em julho, a alta foi de 0,97%.
A maior taxa desde 2000
Com o IPCA fechando em alta, o percentual registrado foi o maior para o mês de agosto desde 2000. Naquele ano, o valor mensal foi de alta de 1,31%.
Patamares semelhantes ao do mês passado foram vistos em outubro (alta de 0,86%), novembro (alta de 0,89%), fevereiro (alta de 0,86%) e março (alta de 0,93%).
Apesar disso, o patamar fica longe do topo mensal dos últimos doze meses, que foi atingido em dezembro, com uma alta mensal de 1,35%.
No total do ano
Com o IPCA subindo todos meses a uma velocidade relevante, o acumulado para doze meses ficou em 9,68%.
Com o fechamento de julho, por exemplo, o IPCA anual estava um pouco abaixo, em 8,99%.
A meta do Banco Central, porém, é de uma taxa inflacionária na casa dos 3,75%. Com os intervalos de 1,5% para mais e para menos, o valor atual da inflação ficou acima do que a instituição considera aceitável.
Como é calculado o IPCA?
O IPCA é calculado da forma tradicional: calcula a variação do preço de um mês para o outro.
Por isso, a instituição coleta aproximadamente 430 mil preços em 30 mil locais diferentes, segundo o IBGE. Ao final das anotações, a instituição faz o cálculo da subida geral dos preços.
Por isso, alguns setores podem subir mais que o IPCA, enquanto outros podem subir menos.
Como o IPCA é uma média, ele serve de referência para políticas públicas, como o reajuste do salário mínimo.
O que pesou no mês passado
No mês de agosto, alguns setores puxaram o IPCA para cima, enquanto outros continuam em patamares menores.
Apesar disso, dos nove setores analisados pelo IBGE, oito apresentaram aceleração nos preços.
- Alimentação e bebidas – 1,39%
- Artigos de residência – 0,99%
- Vestuário – 1,02%
- Transportes – 1,52%
- Saúde e cuidados pessoais – -0,04%
- Despesas pessoais – 0,64%
- Educação – 0,28%
- Comunicação – 0,23%
- Habitação – 0,68%
Por isso, o preço da gasolina foi o que mais impactou, individualmente, na alta dos preços mensais, com um impacto de 0,17 pontos percentuais.
O que fazer agora?
Com a crise econômica na qual passa o país, os dados do IPCA são fundamentais para entender como você pode se ajustar aos preços.
Como a inflação diminui o poder de compra, é esperado que os gastos fúteis saiam do radar das famílias, principalmente as mais pobres. Porém, na parte dos investimentos tem gente que se dá bem.
Em casa, é importante manter a cabeça no lugar e analisar, mensalmente, por onde pode-se cortar os gastos. Além disso, é comum que haja uma perda nos valores poupados.
Já nos investimentos, títulos atrelados à inflação e fundos imobiliários com títulos indexados ao IPCA são uma forma de proteção ao patrimônio.
De qualquer forma, a quantidade de coisas que a população consegue ter acesso diminui e seguirá assim, até que haja uma política mais assertiva no combate à inflação.
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