INSS: cresce número de recursos por indeferimentos de pedidos
Em uma tentativa de diminuir as filas de espera para análise de pedidos, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiu usar robôs para tentar analisar as solicitações. Até aqui, o que se vê é um aumento nos pedidos de recursos por indeferimento. Algumas pessoas dizem que as máquinas estariam fazendo avaliações erradas e indeferindo pedidos de cidadãos que realmente precisam dos auxílios.
Em maio, o INSS iniciou o processo de uso da inteligência virtual para analisar os pedidos. O sistema foi implementado porque o contrato temporário que realizava esta função acabou chegando ao fim. Sem poder inserir mais pessoas para este trabalho, a saída encontrada pela autarquia foi mesmo recorrer aos aparatos virtuais.
Desde que implementou o novo sistema, diretores do INSS vêm dizendo que a fila de espera para benefícios sociais estão caindo nos últimos meses em todas as cinco regiões do país. A análise positiva, não cita que uma outra fila se forma do lado: a das pessoas que estão entrando com pedidos de recurso.
Do lado positivo, de fato os números comprovam a redução na fila de espera. Quando se considera apenas os pedidos por aposentadorias por tempo de contribuição, por exemplo, é possível observar uma queda de 25% entre os meses de maio a agosto deste ano. Em números totais, o INSS alega que a lista de cidadãos que estavam aguardando por uma resposta caiu de 460 mil para 344 mil pessoas.
Do lado negativo, a fila de pedidos de recurso cresce. Dados oficiais apontam que entre os meses de maio e agosto, a lista de cidadãos insatisfeitos com o resultado final subiu 32%. Dados do Conselho de Recursos da Previdência Social mostram que a quantidade de recursos abertos e recursos em estoque passou de 607 mil em maio para mais de 800 mil.
Instituto critica
Não é de hoje que o INSS vem recebendo uma série de críticas por causa do uso dos robôs no processo de avaliação de solicitações. Em entrevista recente, Diego Cherulli, que é vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), criticou a autarquia.
“O robô acaba indeferindo tudo porque os cadastros normalmente têm erros. Esse trabalho precisa ser feito por um servidor, um ser humano. A máquina não está preparada para isso”, disse Cherulli em sua declaração mais recente.
O que diz o INSS
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já se pronunciou sobre as críticas. A autarquia disse que já fez um passo a passo para ajudar as pessoas que precisam fazer a solicitação nas agências da autarquia em todo o país.
Sobre a questão dos robôs, o INSS disse que o processamento automático está em constante evolução”. “O efeito é que mais benefícios sejam decididos, aumentando a disponibilidade para interposição de recurso”, diz a nota.
O INSS não explicou se novas medidas estão sendo tomadas para tentar diminuir as reclamações envolvendo os indeferimentos dos robôs. O Instituto também não explicou se a máquina tende a bloquear mais solicitações do que o normal.