Inflação: IBGE divulga resultado de janeiro
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgo a inflação oficial para o mês de janeiro. Segundo a instituição, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador oficial da inflação brasileira, abriu o ano de 2023 com alta de 0,53%, puxada principalmente pelos preços dos alimentos (+0,59%) e dos combustíveis (+0,68%).
Dentro do grupo de comidas, as maiores altas ficaram com a batata-inglesa (14,14%), cenoura (17,55%). O alimento que teve a maior queda no período foi a cebola, caindo 22,68% em seu preço em relação ao mês de dezembro.
“As altas nesses dois casos se explicam pela grande quantidade de chuvas nas regiões produtoras. Por outro lado, observamos queda de 22,68% no preço da cebola, por conta da maior oferta vindo das regiões Norte e Sul, item que teve alta de mais de 130% em 2022”, explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, em nota.
O gerente da pesquisa também explicou o impacto do grupo de transportes. “Nos transportes, os destaques foram a gasolina, com alta de 0,83%, o emplacamento e a licença, que incorporou pela primeira vez a fração referente ao IPVA de 2023, com alta de 1,60%, e o automóvel novo, com aumento de 0,83%, disse Kislanov.
Dessa forma, o resultado de janeiro mostra que a inflação desacelerou ao comparar com o mês de dezembro, quando o IPCA teve alta de 0,62%. Já nos últimos 12 meses, a inflação acumulada para o país está na casa dos 5,77%.
Banco Central vem sendo criticado por Lula devido à alta taxa de juros para conter inflação
Nas últimas semanas, o Banco Central vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva devido ao fato da autoridade monetária manter a taxa básica de juros, Selic, em um patamar alto, de 13,75% ao ano. É importante lembrar que o aumento da taxa básica de juros é a principal ferramenta para o controle a inflação em um país.
Contudo, o efeito colateral de uma taxa de juros tão alta é a perda de fôlego da atividade econômica do país, dado que o custo de crédito fica mais alto tanto para empresas quanto consumidores. Ainda no início do mês, o presidente Lula chegou a declarar que é uma “vergonha” o nível atual da taxa Selic, chegando a convocar empresários para fazerem cobranças sobre os juros altos.
O discurso de Lula vem ampliando as expectativas pela alta de inflação, o que gera um reflexo contrário ao que o governo pretende, dado que pressiona o valor do dólar para cima e impacta o preço dos alimentos. A alta nos preços afeta principalmente a população mais pobre do país, camada da sociedade brasileira que Lula possui mais apoio.
Não há qualquer perspectiva a médio prazo de que o Banco Central vá diminuir a taxa básica de juros. Atualmente, assim como na maior parte do mundo, o Banco Central possui autonomia para definir a taxa de juros do país, bem como para tomar outras decisões relacionadas ao âmbito monetário. Com isso, se os indicadores apontarem para uma continuidade na alta da inflação, certamente a Selic se manterá em patamar elevado.
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