Indústria brasileira cresce em julho, mas acumula queda em 2022
A produção industrial do Brasil cresceu 0,6% em julho deste ano, na comparação com o mês anterior. O avanço sucede a queda de 0,3% registrada em junho, mas a indústria ainda está 0,8% abaixo de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Além disso, a produção industrial brasileira também se encontra 17,3% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011. Embora tenha avançado na comparação mensal, a indústria recuou 0,5% em relação a julho de 2021. No acumulado de 2022, o setor acumula queda de 2%. Em 12 meses, o tombo é ainda maior, de 3%.
Estes dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da produção industrial do país mensalmente. Aliás, o IBGE divulgou os dados nesta sexta-feira (2).
“O setor industrial ao longo do ano de 2022 vem mostrando uma maior frequência de resultados positivos. São cinco meses de crescimento em sete oportunidades”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Nesses resultados, observa-se a influência das medidas governamentais de estímulo e que ajudam a explicar a melhora registrada no ritmo da produção. Mas vale destacar que ainda assim a produção industrial não recuperou as perdas do passado”, ponderou.
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Produtos alimentícios se destacam e impulsionam indústria
De acordo com a PMI, apenas dez dos 26 ramos industriais cresceram em julho. Por outro lado, os demais caíram no mês. “É um crescimento que se dá de uma forma muito concentrada nesse mês de julho”, disse Macedo.
E o grande destaque positivo foi o setor de produtos alimentícios, que cresceu 4,3%. A saber, o resultado positivo é o terceiro consecutivo, período em que o setor acumula crescimento de 7,3%.
“Esse crescimento foi bastante disseminado entre os principais itens dessa atividade. Desde o açúcar, que tem uma alta importante para esse par de meses, até carnes bovinas, suínas e de aves, além dos laticínios e dos derivados da soja”, explicou o gerente da pesquisa.
Por fim, o IBGE revelou que as grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados bem diferentes em julho. Veja abaixo como se comportaram:
Bens intermediários (+2,2%);
Bens de consumo semi e não duráveis (+1,6%);
Bens de capital (-3,7%);
Bens de consumo duráveis (-7,8%).
Segundo o gerente da pesquisa, os resultados negativos da indústria aconteceram por causa das restrições de ofertas de insumos e componentes eletrônicos para a produção do bem final. Além disso, a demanda doméstico sofreu com o cenário atual do país.
“São juros e inflação em patamares mais elevados. Isso aumenta os custos de crédito, diminui a renda disponível por parte das famílias e faz com que as taxas de inadimplência permaneçam em patamares mais elevados”, disse Macedo.
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