Ibovespa fecha em queda com dados da inflação

O Ibovespa fechou mais uma vez em queda. Hoje, os motivos do mercado para as fortes vendas ficaram a sob os olhares da prévia da inflação divulgada pelo IBGE. Com isso, o Ibovespa deixa o mês de outubro (e o ano) com retornos ainda mais negativos.

Contudo, as commodities podem brilhar nos próximos balanços.

O que pesou no Ibovespa hoje?

De longe, o principal motivo para a forte queda do Ibovespa hoje foram os dados prévios da inflação de outubro. Mesmo que a inflação não seja uma novidade por aqui, algumas métricas surpreenderam o mercado.

Isso porque as previsões eram de inflação na casa dos 0,9%. Contudo, o IBGE divulgou um IPCA-15 mensal de 1,20%. Com isso, a gradual diminuição da inflação que era esperada para o fim do ano pode não acontecer, Dessa forma, o Ibovespa caiu 2,11% no segundo pregão da semana.

E não termina por ai. Isso porque o mercado já começa a refazer suas previsões para a economia brasileira nesse ano e no ano que vem. Grandes bancos preveem crescimentos próximos de zero ou até mesmo negativos para 2022. Com isso, o desemprego deve aumentar, assim como a arrecadação do governo deve ser afetada.

Por outro lado, a reunião do COPOM, que iniciou hoje, pode aumentar a Selic para valores acima dos 7,25%, conforme espera o mercado. Com isso, a desaceleração da economia seria ainda mais forte, impactando mais ainda nos PIBs anuais de 2021 e 2022.

Por outro lado, como todos os investimentos, é possível que o investidor possa escolher ativos de maior retorno. Segundo alguns analistas, essa oportunidade está nas commodities.

Ibovespa commodities
Foto: Pixabay

Investir nas commodities?

Não diretamente, mas é possível. Isso porque algumas empresas do Ibovespa são altamente dependentes da cotação internacional das commodities. Com o preço delas em alta, o lucro dessas empresas deve vir ainda maior.

Por isso, os analistas começam a virar os olhos para empresas como Vale, Petrobrás e PetroRio. Isso porque essas empresas estão alinhadas com o mercado internacional e principalmente com dois grandes índices: o minério de ferro (Vale) e o petróleo (Petrobrás e PetroRio).

Do lado do minério de ferro, a cotação internacional opera longe das máximas para a commodity, mas ainda são valores relevantes. Isso porque a negociação do Minério de ferro refinado 62%, o mais utilizado no mundo, está precificado na casa dos US$122,00. Com o dólar em alta por aqui, a cotação pode afetar positivamente as exportações de mineradoras.

Por outro lado, o petróleo Brent opera nas máximas histórias, na casa dos US$86. Com a retomada da demanda global, o preço ainda pode subir mais e, apesar de pressionar a inflação por aqui, pode dar bons lucros aos caixas das empresas. Recentemente, a Warren lançou um estudo interno sobre a PetroRio e decidiu colocar a empresa em seu portólio recomendado para o fim do ano.

Com isso, o mercado busca se proteger das sucessivas quedas do Ibovespa e projeta altas mais fortes para algumas companhias. De qualquer forma, a política brasileira poderia ajudar o índice ao fazer as reformas que o mercado preza.

Um panorama de retomada da economia, contudo, fica ainda mais distante e os investidores sentem isso. Por isso as sucessivas quedas.

 

 

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