Governo aumenta IOF para bancar programas sociais
Um decreto do Governo Federal estipulou um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O reajuste é para pessoas físicas e jurídicas.
O reajuste vem para custear projetos sociais que Bolsonaro quer para as eleições.
A nova alíquota
O aumento do IOF é distinto para ambas as categorias.
Para pessoas jurídicas, a alíquota anual passa de 1,50% para 2,04%, enquanto que para pessoas físicas passa de 3,0% para 4,08%.
A alteração começa a valer no dia 20 de setembro e valerá até o último dia do ano.
Apesar disso, a pequena movimentação pode causar mais um desconforto no bolso da populaçaão, mesmo com o prazo restrito.
Sentindo no bolso
O impacto do aumento do IOF será sentido principalmente nos clientes que buscarão créditos e financiamentos.
Isso porque os bancos sã obrigados a pagar o imposto na hora da contratação de empréstimos e créditos em geral.
Com isso, o cheque especial, o rotativo do cartão e os empréstimos tradicionais podem sofrer um ajuste de até 32% no valor do IOF.
Apesar de não haver tempo hábil para que isso cause um efeito na economia em geral, o aumento de imposto foi criticado pela oposição pela sua finalidade: projetos eleitorais.
Porque aumentou?
O Governo Federal vem tentando, a todo custo, acomodar os gastos nos valores do teto e, por isso, a manobra do IOF vem para ser uma solução a Bolsonaro.
Isso porque com o alto valor dos precatórios e a queda de arrecadação que o baixo crescimento da economia vai gerar, os programas sociais do governo ficam sob o risco de perderem força.
Por isso, o aumento vem para financiar o Auxílio Brasil, um substituto do programa Bolsa Família.
Com o reajuste, o aumento na arrecadação será de R$2,4 bilhões, segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto. Por outro lado, a criação do novo programa criará uma despesa obrigatória e recorrente de R$1,62 bilhão.
Com esse rearranjo fiscal, o Governo Federal busca respeitar o teto, ao mesmo tempo em que promove programas sociais, já pensando nas eleições de 2022.
Vale lembrar que o programa Bolsa Família, apesar de não criado pelo partido, tem grande afinidade com o PT, o maior adversário de Bolsonaro na futura corrida eleitoral.
O fantasma da inflação volta
Alguns analistas políticos e economistas alegam que a alta do IOF pode pressionar mais ainda a inflação.
Isso porque um aumento nos custos de financiamentos pode encarecer os produtos nas prateleiras, pelo repasse de preços ao consumidor.
Além disso, um aumento nos empréstimos pode desaquecer a economia e dificultar mais ainda a abertura de empresas no Brasil.
Contudo, o Governo Federal afirma que a permanência da nova taxa até dezembro não deve impactar na economia de forma significativa. Ao mesmo tempo, Paulo Guedes já afirma que a inflação deve diminuir até o fim do ano.