Governo e economia no Brasil estão intimamente ligados. Depois de 100 dias do novo Governo Lula, muitas ações foram tomadas que repercutiram diretamente nos setores econômicos.
Vamos saber quais foram eles e como eles influenciaram, ou podem influenciar a economia do nosso país.
Conflito entre do Governo e o Banco Central
A política econômica do país tem ligação direta com a taxa de juros. E quem a define é o Banco Central, já que desde 2021 se trata de um órgão autônomo.
Nesses 100 primeiros dias a entidade e o Governo têm se “degladiado” devido, exatamente esse motivo. A rusga ficou mais evidente quando o próprio Presidente Lula fez comentários criticando o Banco Central. Como quando afirmou que “uma taxa de 13,75% era uma irresponsabilidade” para a economia e que seguiria ‘batendo’ no Banco.
Enquanto isso, aparentemente o Ministério da Fazenda, antigo Ministério da Economia, tem mantido contato e relações amistosas com o “Banco dos bancos”.
Segundo Henrique Meirelles, presidente do órgão entre os anos de 2003 a 2011, “essa tensão gera insegurança no mercado e isso, na realidade, piora as expectativas de inflação”, e consequentemente na economia.
Dessa forma, enquanto as duas partes não entrarem em um acordo sobre as políticas monetárias nacionais e as decisões relacionadas às taxas de juros, a possibilidade de inflação cresce. O que pode surtir efeitos negativos para a população como um todo.
Nos resta aguardar para ver como esse cenário político-econômico se desenrolará.
Expansão do Bolsa Família
Desde março de 2023 o Governo aumentou em 150 reais o valor por criança entre 0 e 6 anos. Isso eleva o valor médio do Benefício Social para R$ 670,00.
Ao mesmo tempo, interlocutores da gestão federal afirmam que mais 694 mil famílias passarão a fazer parte do rol de recebedores da política pública.
Vale ressaltar que o benefício foi renomeado novamente, voltando a se chamar Bolsa Família. O nome dado na gestão do Presidente Jair Bolsonaro tinha sido Auxílio Brasil. Muitos afirmam que isso ajudará a economia ao injetar mais dinheiro público no comércio.
Em contrapartida, alguns economistas alertam para o efeito eminente de alta de preços por esse mesmo motivo. O que afeta diretamente os índices de inflação e a economia. Serão injetados 14 bilhões de reais por meio do programa mensalmente.
Expansão do Minha Casa Minha Vida
Outro programa federal que foi ampliado nesses primeiros 100 dias de Governo foi o Minha Casa Minha Vida. De acordo com representantes do Governo, 14 mil obras que estão paradas serão continuadas.
Os mesmos também afirmaram que está em estudo um projeto com a possibilidade de famílias mais pobres financiarem casas com zero de entrada.
Dessa forma, por um lado alguns acreditam que isso será um meio de sanar as questões relacionadas à habitação nacional. Por outro, muitos afirmam que as despesas decorrentes das medidas irão impactar no equilíbrio fiscal e a economia do próprio governo.
Aumentando a possibilidade de pedalada fiscal e diminuindo a confiabilidade da economia brasileira no cenário mundial.
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Governo e o aumento dos Gastos Públicos
O novo arcabouço fiscal do Governo indica que os gastos anuais com despesas públicas aumentarão entre 0,6% e 2,5% ao ano. O que pode ser um risco, visto que as receitas e arrecadações públicas não sofreram um aumento na mesma proporção. O plano será enviado ao Congresso e dependerá da sua aprovação.
A termos de comparação, em 2022 os gastos públicos atingiram a mínima histórica, segundo o IBGE. Sendo que em 2020, durante a pandemia, o valor foi um dos maiores, desde que se iniciou a aferição, chegando a 20,5% do PIB.
Muitas pessoas ligadas à economia afirmam que para que a proposta seja aprovada, o Governo precisará indicar de onde virá o aumento de receita que justificará o aumento das despesas.
Uma alternativa é justamente o aumento de impostos.
Governo e a elevação dos Impostos
Em fevereiro deste ano, o Governo anunciou o aumento do percentual sobre os combustíveis, porém não especificou detalhes. A meta é arrecadar mais 28,8 bilhões de reais este ano com a medida.
Outra proposta da cúpula federal é a unificação de impostos cobrados ao longo da cadeia de produção. A união destes daria origem ao IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
A alíquota chegaria a 25%, considerada uma das maiores do mundo, e influencia diretamente na economia do país.
Outros dois setores que sofrerão taxações que antes não existiam, ou eram menores são as empresas de varejo internacional com foco em vendas online, como Shopee, Aliexpress e Shein. Assim como o ramo de casas de apostas esportivas, que foi regularizado em 2018, durante o curto mandato do Presidente Temer.
O objetivo do Governo é aumentar a arrecadação, e assim cobrir os gastos públicos que têm previsão de aumento.
Conclusão
Economistas afirmam que ao mesmo tempo em que o Governo injeta dinheiro no mercado nacional, aumentando em curto prazo o poder de compra da população, o efeito à longo prazo na economia pode ser adverso. Visto que o real poderá perder valor, e a inflação irá ser sentida, principalmente em itens que compõem a cesta básica.
De toda forma, esses foram os principais pontos envolvendo a economia brasileira ao longo desses 100 primeiros dias do novo governo.
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