Financiamentos imobiliários atingem R$ 205,4 bilhões em 2021
Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança atingiram R$ 205,4 bilhões em 2021, um novo recorde anual e alta de 65,7% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira (27).
O mês de dezembro fechou com R$ 16,7 bilhões financiados, menor número desde abril do mesmo ano. Os financiamentos vinham crescendo em volume até agosto, mas tomaram uma tendência de desaceleração desde então. Dos R$ 21 bilhões registrados naquele mês, foram quatro quedas seguidas.
Com o aumento da taxa básica de juros e cenário de inflação alta, o mercado perdeu parte do ímpeto. Ainda assim, todos os meses desde março foram melhores que 11 dos meses de 2020. A única exceção foi dezembro de 2020, que até então tinha sido o melhor mês da história no setor.
Inclusive, o comparativo entre dezembro de 2021 e de 2020 mostra uma queda de 4,1%. Contra o mês anterior, houve queda de 0,4%.
Unidades financiadas
O número absoluto de contratos teve crescimento ainda maior em relação a 2020. Foram 866,3 mil unidades financiadas no ano passado, um acréscimo de 103% ano a ano.
A linha de tendência também mostra desaceleração sensível nos últimos meses. Dezembro fechou com 64,8 mil unidades financiadas, uma alta de 15,8% contra o mesmo mês de 2020. A queda em relação a novembro é de 3,6%.
Saldo da poupança
Ainda segundo a Abecip, a poupança Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) terminou dezembro com captação líquida positiva de R$ 6,1 bilhões, mas tem saldo negativo de R$ 34,8 bilhões no ano.
“Cabe notar que num ano de desemprego elevado, em que muitas famílias precisaram sacar suas reservas acumuladas, a saída de recursos das cadernetas correspondeu, aproximadamente, a apenas uma quarta parte dos ingressos líquidos de 2020, de R$ 125 bilhões”, diz relatório da Abecip.
A entidade ressalta que os saques de recursos da poupança em 2021 podem ser atribuídos aos efeitos da pandemia sobre a atividade econômica, que uniu desemprego elevado e queda da renda da população.
“Em 2021, esses efeitos foram ampliados pelo avanço da inflação para a casa dos dois dígitos, bem como do aperto da política monetária e da alta de juros. Adicionalmente, a alta das cotações do petróleo no mercado global, combinada com a desvalorização cambial, agravou os demais custos da economia”, prossegue o texto.