Etanol e gasolina seguem em subida de preços, acompanhe
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), até o dia 19 de novembro, 11 estados brasileiros tiveram queda no combustível. Enquanto, 14 estados, mais o Distrito Federal, tiveram aumento no preço do etanol na bomba. Por isso, hoje, nós falaremos sobre as razões dos aumentos de preço do etanol e da gasolina nas bombas.
Como está a situação dos aumentos de preços do etanol e da gasolina nos estados brasileiros?
Os dados informados neste artigo, excluem o estado do Amapá, pois a ANP não realizou o cálculo do preço médio do combustível. Mas, considerando os outros estados brasileiros, houve um aumento do preço médio dos combustíveis na semana de 1,32%. Portanto, significa que o etanol passou de R$ 3,79 para R$ 3,84 por litro.
Alguns exemplos do aumento dos preços nos estados:
Em São Paulo, o preço do etanol, subiu 23,12%. Assim, passando de R$ 3,72 para R$ 4,58 por litro;
Enquanto, no Amazonas, o preço do etanol subiu 38,56%. Desse modo, passando de R$ 3,76 para R$ 5,21;
No Paraná, o preço deste combustível teve queda de 17,59%, passando de R$ 4,15 para R$ 3,42.
Outra revelação da pesquisa diz sobre alguns valores praticados diretamente em postos de combustíveis como:
Pernambuco, teve um posto que registrou o preço mais baixo do etanol: R$ 3,12;
Na Paraíba, também foi encontrado preço baixo na bomba: R$ 3,42;
Enquanto, no Amapá, está um dos preços mais altos do etanol: R$ 5,21;
Mas, no Rio Grande do Sul, há um posto de combustível que possui preço do etanol a R$ 6,97.
Por que o preço do etanol sobe com o da gasolina?
Inicialmente, é preciso saber que os preços dos combustíveis, seja etanol, gasolina ou diesel, sobem de acordo com a cotação do petróleo no contexto internacional.
Vale dizer que outro motivo para a subida no preço do etanol em conjunto com a gasolina é que a demanda também aumenta. Desse modo, é comum que ambos os combustíveis fiquem mais caros.
Assim, existem dois motivos principais para que o etanol e a gasolina tenham aumento sequenciais. São eles:
A política de preços praticados pela Petrobrás: A Petrobrás, possui controle do governo federal, sendo a maior exploradora de petróleo do Brasil. Assim, é responsável por 75% da produção de petróleo interna. Além disso, possui o controle de 13 das 18 refinarias existentes no Brasil. Enquanto política de preços, o reajuste dos combustíveis ocorre considerando a cotação do mercado internacional, que é em dólar. Assim, o reajuste também sofre consequência da alta do dólar no mercado;
Defasagem de equipamentos de refino no petróleo: No Brasil existem 18 refinarias, sendo que 14 delas são anteriores ao ano de 1980. Assim, como o óleo produzido no Brasil é pesado, é preciso importar petróleo para fazer a mistura e possibilitar o refino no Brasil.
No que diz respeito ao etanol, 1/3 das usinas brasileiras são de exclusividade de produção de combustível. Assim, de todo o etanol produzido no Brasil, 88% vêm da cana-de-açúcar e 12% vêm do milho.
Assim, na safra de 2020/2021, os insumos necessários para produção ao açúcar tiveram aumento de 35% para 46%. Enquanto na safra de 2021/2022, a grande estiagem afetou diretamente a produção de cana de açúcar, o que reduziu a oferta da matéria prima principal em 16%.
Desta forma, quanto menor for a produção de cana de açúcar, menor será a oferta de etanol. Consequentemente, prejudicando o preço do produto.
É possível desvincular o preço do etanol da gasolina?
Sim. É possível desde que aconteça uma política de estimular a produção de combustíveis renováveis. Considerando que a matriz energética mundial está em transformação, pois, necessita de investimentos para a redução do impacto ambiental das atividades econômicas ocorrer.
E neste caso, como o etanol deriva da produção de cana de açúcar e milho, pode ser necessário somente o investimento em estimular a produção.
Mas sabe-se que o Brasil, através do programa RenovaBio, se comprometeu a aumentar a produção de etanol em 20 bilhões de litros e de biodiesel em 13 bilhões de litros, até o ano de 2030.
Mas, para que este programa realmente ocorra de forma efetiva, será preciso investimentos em:
Linhas de financiamento para infraestrutura;
Garantir preço mínio ao produtor;
Ampliar a logística de distribuição.
Por isso, o esperado é que com o novo governo federal, a partir de 2023, estes investimentos sejam feitos. Dessa forma, será possível investir na redução de custos do etanol, e desvincular do preço da gasolina.