Endividamento atinge 77,3% das famílias brasileiras em junho

Os brasileiros continuam enfrentando muitas dificuldades financeiras nos últimos tempos. Contudo, pelo segundo mês consecutivo, o nível de endividamento das famílias do país caiu. Pelo menos é o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com o levantamento, a taxa de endividamento caiu de de 77,4% em maio para 77,3% em junho, após bater recorde em abril (77,7%). Embora o recuo tenha sido bem tímido, indica que a trajetória descendente continua firme. No entanto, em relação a junho de 2021, houve um crescimento de 7,6 pontos percentuais no número de famílias endividadas no país.

Vale destacar que o endividamento das famílias brasileiras cresceu 21% no ano passado, em relação a 2020. Esse forte avanço ocorreu devido à expansão de linhas de crédito mais caras e sem garantias. A situação se agravou em 2022 devido à inflação e aos juros cada vez mais elevados no país, mas o cenário se estabilizou e começa a apresentar queda.

Da mesma forma, a inadimplência dos brasileiros também recuou em junho. A taxa caiu para 28,5% no mês passado, após bater recorde em maio (28,7%). A saber, a série histórica da CNC teve início em 2010.

Em resumo, a pessoa inadimplente é aquela que possui dívidas ou contas em atraso. A propósito, há alguns fatores que propiciam o aumento da inadimplência entre os consumidores, como manter mais de um cartão de crédito e não se atentar à própria saúde financeira e às datas de pagamento das contas.

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Gastos do governo reduzem endividamento e inadimplência

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, as ações do governo federal vêm ajudando a reduzir o endividamento e a inadimplência da população brasileira. Ao mesmo tempo, a melhora no quadro da pandemia da covid-19 também ajuda a vida dos consumidores.

“Com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil, a população precisou apelar menos para os gastos no cartão”, afirmou Tadros.

Embora o percentual de endividamento em cartão de crédito tenha recuado, a modalidade ainda lidera o ranking de dívidas. Em síntese, muitas famílias passaram a utilizar o cartão de crédito para comprar alimentos, coisa que só era feita a dinheiro ou cartão de débito no passado.

Veja abaixo os tipos de dívida que os brasileiros mais possuíam em junho:

Cartão de crédito: 86,6%;
Carnês de loja: 18,3%;
Financiamento de carro 10,8%;
Crédito pessoal 8,8%;
Financiamento de casa 8,0%;
Cheque especial 5,7%;
Crédito consignado 5,5%.

Por fim, vale destacar que o percentual de endividamento com cartão de crédito estava em 88,5% em maio. Já os outros tipos de dívida não tiveram variações superiores a 0,3 ponto percentual na comparação mensal.

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