Empréstimo consignado do Auxílio Brasil só favorece bancos, diz Idec

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil é um verdadeiro absurdo, pois beneficia apenas os bancos, e não as pessoas. Pelo menos é isso o que afirma o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Por isso, os beneficiários do auxílio devem ficar atentos para não terem dor de cabeça no futuro.

Em resumo, o empréstimo consignado pode ser uma boa opção para uma situação emergencial, como a compra de um medicamento mais caro ou o conserto de algum problema em casa, por exemplo. Contudo, vale destacar que as parcelas do crédito são deduzidas diretamente da folha de pagamento do benefício do cliente.

Quando se trata de um trabalhador, o empréstimo poderá ser bem-vindo e realmente ajudar a vida da pessoa. Contudo, para os beneficiários do Auxílio Brasil, a modalidade pode ser um tiro no pé. Isso porque os usuários que recebem o benefício poderão comprometer até 40% do valor que recebem mensalmente.

Em outras palavras, as pessoas que recebem R$ 400, valor médio do auxílio, poderão pedir um empréstimo até 40% do valor do benefício, ou seja, de R$ 160. No entanto, ao fazer isso, as parcelas também poderão ter esse valor, o que significa que as pessoas só teriam R$ 240 do benefício no mês.

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Empréstimo consignado pode aumentar endividamento dos mais pobres

De acordo com Ione Amorim, economista e coordenadora do programa de serviços financeiros do Idec, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil é um “absurdo”. Em suma, ela afirmou que a medida é uma “covardia” e só dará mais dinheiro ao setor bancário.

Aliás, a economista ainda disse que o crédito aumentará o endividamento dos pobres no país. “Estamos falando de uma população que vive em extrema pobreza, que mal consegue se alimentar e alimentar a família”, disse.

“O consignado é uma conta de chegar. Os bancos não fazem análise da capacidade de pagamento do consumidor. Se pode reter 40% no prazo de 24 meses, vai fazer isso. Usa o prazo máximo, vai no limite do que pode descontar depois trabalha com a taxa. O sistema vai se aproveitar de todas as condições”, explicou Amorim.

A saber, o Senado Federal aprovou no início deste mês o projeto de lei (PLV 18/2022), criado a partir da Medida Provisória (MPV 1.106/2022). Contudo, ainda não recebeu a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

“Precisamos aguardar o que será regulamentado. Única certeza é que teremos um endividamento de uma parte da população que não vai conseguir arcar com uma dívida com juros de quase 100% ao ano“, disse a economista.

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