Economia: PIB do Brasil tem alta de 1,2% no 2º trimestre
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgou nesta quinta-feira (01/09) um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 1,2% no segundo trimestre deste ano, em relação ao início de 2022. A princípio, é a quarta alta seguida, sinalizando um aumento da atividade econômica do país.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB teve uma alta de 3,2%. O primeiro semestre do ano obteve um índice positivo de 2,5%. A atividade econômica nacional foi de R$2,4 trilhões ante os R$2,249 trilhões do início do ano. Estima-se que a economia nacional esteja 3% acima de antes da pandemia.
Houve uma revisão dos cálculos do IBGE acerca do PIB do primeiro trimestre de 2022, passando de 1% para 1,1%. Todavia, a queda da atividade econômica do segundo trimestre de 2021 passou de -0,2% para -0,3%. Já no quarto trimestre do ano passado, a alta, que era de 0,7%, passou para 0,8%.
Depois da revisão destas informações, o instituto apresentou novos dados indicando que o PIB do período teve o maior crescimento desde 2020, quando houve uma alta de 3,2%. Ademais, os dados são relativos à geração de riqueza em todo o território nacional. A quarta alta seguida indica um crescimento da economia.
Números positivos
Um dos setores da economia que merece destaque na alta do PIB é o da indústria. No segundo trimestre do ano ela apresentou um crescimento de 2,2%. Aliás, ao se observar o mesmo período do ano passado, a alta é de 1,9%. Os analistas financeiros tiveram uma grande surpresa com estes números.
O setor de serviços foi o grande influenciador dos índices positivos do período. Representando 70% do PIB nacional, houve uma alta expressiva, de 1,3% no segundo trimestre, e de 4,5% em relação ao mesmo ciclo de 2021, o que indica um fortalecimento em âmbito nacional.
Os dados do IBGE também indicam um crescimento do consumo das famílias brasileiras, com um crescimento de 2,6% na comparação com o início do ano. Em síntese, ao observar os números do mesmo período de 2021, houve uma alta de 5,3%.
Os programas governamentais de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, foram fundamentais para o aumento do consumo. Estas famílias foram prejudicadas pela crise econômica causada pela pandemia, visto que sofreram com o lockdown para tentar conter o vírus, o que ocasionou uma perda de empregos por todo o país.
Em relação aos outros setores incluídos no cálculo do PIB, podemos destacar a Agropecuária, com 0,5%, consumo do governo, com -0,9%, investimentos com 4,8%, exportações, com -2,5%, e as importações, com 7,6%.
Setores da economia
O alto crescimento do setor industrial brasileiro foi puxado a princípio por uma alta de 3,1% nas atividades econômicas relacionadas a gás, água, esgoto e gestão de resíduos. A construção civil contribuiu com 2,7%. As indústrias extrativas tiveram uma alta de 2,2% e as de transformação, com 1,7% em relação ao primeiro trimestre.
Em suma, o setor de serviços apresentou números positivos devido ao crescimento de atividades como transporte, armazenagem e correio, com 3,0%, informação e comunicação, com uma alta de 2,9% e comércio com 17%. Vale ressaltar que “outras atividades de serviço”, contribuíram com 3,3%.
Analogamente, as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados também apresentaram uma alta expressiva com 1,4%, e as atividades imobiliárias com 0,3%. No entanto, no primeiro trimestre os números foram negativos, com -0,3% para as atividades financeiras.
Estimativas de crescimento econômico
De acordo com o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, o mercado e o governo, haviam feito projeções mais modestas sobre a atividade econômica nacional. Ele afirmou que o PIB do período foi subestimado. Segundo Boueri, é necessário buscar um diagnóstico sobre o que está causando as estimativas de números negativos sobre a economia.
Para o economista, os modelos de apuração da geração de riquezas do país não estão “capturando” o cenário real. Para ele, a atividade econômica vem sofrendo desvios padrões que não estão sendo identificados nas estimativas do PIB. Em conclusão, uma das causas seria uma mudança estrutural relativa à economia brasileira.